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Economia portuguesa acumula excedente externo de 6,2 mil milhões até setembro

Até setembro de 2023, a economia portuguesa apresentou um excedente externo de 6,2 mil milhões de euros, que compara com um défice de 1,6 mil milhões de euros no período homólogo.
17 Novembro 2023, 13h36

A economia portuguesa apresentou um excedente externo de 6.219,7 milhões de euros até setembro, que compara com um défice de 1,606,6 milhões de euros em igual período de 2022, divulgou hoje o Banco de Portugal nos dados sobre a Balança de Pagamentos.

O excedente das balanças corrente e de capital nos primeiros nove meses de 2023 representou 3,2% do PIB desse período. Este resultado deveu-se maioritariamente aos resultados do terceiro trimestre do ano.

Na nota de informação estatística, o banco central destaca que a economia portuguesa revela uma capacidade de financiamento de 6,2 mil milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. Mas também que até setembro de 2023, o saldo da balança de bens e serviços aumentou 6,8 mil milhões de euros em relação ao mesmo período de 2022. Por fim, avança que a posição de investimento internacional passou de -83,6% do PIB, no final de 2022, para -74,3%, no final do terceiro trimestre de 2023.

A análise compara o mês de setembro com o mês homólogo do ano anterior, mas também há a comparação entre o acumulado dos nove meses com o período homólogo.

De acordo com o Banco de Portugal, olhando só para setembro, as balanças corrente e de capital atingiram um saldo de 1,2 mil milhões de euros, o que corresponde a um aumento de mil milhões de euros face ao mesmo mês do ano passado. No caso da balança de bens e de serviços, o BdP diz que esta se tornou excedentária, com um saldo de 756 milhões de euros, mais 970 milhões de euros em termos homólogos, em resultado da  redução de 320 milhões de euros, para 2.136 milhões de euros, do défice da balança de bens, que o banco central atribui “a decréscimos das importações, de 961 milhões de euros (-10,6%), e das exportações, de 641 milhões de euros (-9,7%)”.

No caso da balança de serviços, o excedente passou de 2.241 milhões de euros para 2.892 milhões, tendo as importações de serviços diminuído 6,2% e as exportações aumentado 11,7%.

O incremento das exportações reflete, sobretudo, o contributo das viagens e turismo (+399 milhões de euros), que totalizaram 2.789 milhões de euros, o valor mais elevado da série para um mês de setembro.

O Banco de Portugal revela ainda que o saldo da balança de rendimento primário teve um défice de 270 milhões de euros (contra um défice de 272 milhões no mês homólogo de 2022) e o da balança de rendimento secundário apresentou um saldo positivo de 499 milhões de euros (491 milhões em 2022).

A balança de capital apresentou um excedente de 229 milhões de euros, o que representa uma diminuição de 14 milhões de euros relativamente ao período homólogo

Quanto à evolução desde o início do ano, portanto nos nove meses, o BdP destaca que a diminuição do défice da balança de bens se deveu à redução das exportações ter sido inferior à redução das exportações, enquanto o aumento do excedente da balança de serviços terá sido apoiado pela evolução do saldo de viagens e turismo.

De janeiro a setembro, o aumento do excedente da balança de capital, de 936 milhões de euros, é “devido maioritariamente a uma maior atribuição aos beneficiários finais de fundos recebidos da União Europeia com vista ao investimento.”

“Até setembro de 2023, o excedente das balanças corrente e de capital foi de 6,2 mil milhões de euros, o que compara com um défice de 1,6 mil milhões de euros em igual período de 2022. Esta evolução reflete a diminuição do défice da balança de bens, de 1.302 milhões de euros, uma vez que a redução das exportações foi inferior à redução das importações (589 milhões de euros e 1891 milhões de euros, ou -1,0% e -2,5%, respetivamente); o aumento do excedente da balança de serviços, de 5.479 milhões de euros, tendo a evolução do saldo de viagens e turismo justificado cerca de metade da variação, com um aumento de 2.733 milhões de euros; o aumento do excedente da balança de rendimento secundário, de 260 milhões de euros; o aumento do excedente da balança de capital, de 936 milhões de euros, devido maioritariamente a uma maior atribuição aos beneficiários finais de fundos recebidos da União Europeia com vista ao investimento”, revela o comunicado do banco central.

A capacidade de financiamento da economia portuguesa no mês setembro de 2023 traduziu-se num saldo da balança financeira de 1.352 milhões de euros. Este saldo reflete a redução dos ativos financeiros sobre o exterior, de 480 milhões, principalmente por parte das instituições financeiras não monetárias (-207 milhões de euros), das sociedades não financeiras (-153 milhões de euros) e do banco central (-126 milhões de euros); a redução dos passivos externos, de 1.833 milhões de euros, explicada sobretudo pelo decréscimo dos passivos em depósitos do banco central (-2.763 milhões de euros) e pela redução do investimento do resto do mundo em dívida titulada emitida pelas administrações públicas (-1.283 milhões de euros), revela o banco central.

Em sentido contrário, destacaram-se o aumento dos depósitos de não residentes em bancos nacionais (1.219 milhões de euros) e dos empréstimos intragrupo concedidos pelo resto do mundo a entidades residentes (728 milhões de euros).

A capacidade de financiamento da economia portuguesa nos primeiros primeiros nove meses do ano traduziu-se num saldo da balança financeira de 6.698 milhões de euros.

Quanto à sua posição de investimento internacional, Portugal apresentou o seu rácio menos negativo desde o quarto trimestre de 2005, ao registar -74,3% do seu produto interno bruto (PIB), o equivalente a -193,5 mil milhões de euros, no final de setembro de 2023.

Por sua vez, a dívida externa líquida recuou de 161,6 mil milhões de euros (66,7% do PIB) no final de 2022, para 149,2 mil milhões de euros (57,3% do PIB) no final do terceiro trimestre.

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