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Economista-chefe do BCE aponta a mais subidas “se o cenário base se mantiver”

Os dados recentes da zona euro têm sido “mistos”, considera Philip Lane, com uma recuperação assinalável da confiança das famílias e empresas, mas insuficientes para equacionar já uma pausa no processo de aperto monetário.
19 Abril 2023, 13h43

O economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE) prevê que mais subidas de juros sejam necessárias caso se confirme o cenário base das previsões recentes do banco, sinalizando aos mercados que maio trará nova subida de juros.

Num discurso esta quarta-feira em Dublin, na Irlanda, Philip Lane sublinhou a necessidade de continuar a mover a política monetária para uma postura mais restritiva, face a uma inflação que teima em manter-se elevada.

“Se o cenário base subjacente às previsões macro do BCE em março se mantiver, mais subidas de juros serão apropriadas”, afirmou o economista-chefe do banco central.

Lane sublinhou que tanto o mercado, como os analistas consultados pelo BCE projetam que “a taxa diretora irá subir mais no curto-prazo e manter-se elevada por um período prolongado”, mas deverá “centrar-se em torno dos 2%” quando a inflação retornar a um nível confortável para a autoridade monetária europeia, “em vez de voltar a níveis extremamente baixos e muito acomodatícios”.

Ainda assim, os dados recentes têm sido “mistos”, com uma recuperação assinalável da confiança das famílias e empresas, mas com “divergências ao nível sectorial”: do lado dos serviços, a recuperação tem resultado numa expansão acelerada, ao passo que do lado da indústria houve uma estagnação no primeiro trimestre.

Depois destas declarações, o mercado dá agora como adquirida nova subida nos juros em maio, com 20% de probabilidade de 50 pontos base (p.b.), contra 80% de hipóteses de 25 p.b.. O BCE reúne a 4 de maio para decidir o próximo passo na política monetária europeia.

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