A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) deverá juntar em Lisboa, entre 1 e 6 de agosto, entre um milhão a 1,5 milhões de pessoas. As principais iniciativas decorrem em Lisboa, no Parque Eduardo VII, na zona de Belém e no Parque Tejo (a norte do Parque das Nações e em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures). Saiba quais são os principais números do encontro (e com ele relacionado) dos jovens de todo o mundo com o Papa Francisco que estará 128 horas em Lisboa. Chega às 10h00 de quarta-feira, 2 de agosto, e regressa a Roma às 18h15 de domingo, 6 de agosto, a bordo de um avião da TAP e com escolta da Força Aérea.
564 milhões de euros de retorno
A JMJ Lisboa 2023 deverá ter um impacto económico estimado entre 411 e 564 milhões de euros, em termos de valor acrescentado bruto (VAB), e entre 811 e 1.100 milhões de euros, em termos de produção, refere um estudo da PwC, divulgado pela organização. O maior evento que aconteceu alguma vez em Portugal trará um retorno face ao custo estimado de 160 milhões (a maior fatia de 80 milhões será investida pela Igreja), apesar de todas as polémicas em torno do altar-palco e os contributos do Governo (37 milhões) e Câmaras de Lisboa (35 milhões) e de Loures (nove milhões).
Gasto médio de 30 a 36 euros
O estudo prevê que cada um dos peregrinos inscritos não-residentes em Portugal – entre cerca de 268 a 328 mil – deverá ter um gasto médio diário de 30 a 36 euros, com uma estadia média de seis dias. Por outro lado, cada um dos peregrinos não-inscritos não residentes em Lisboa – cujo número se prevê entre 340 e 415 mil – terá um gasto diário médio entre 67 e 81 euros com uma estadia média de dois dias.
89%
É a taxa de ocupação nos hotéis espalhados pela Área Metropolitana de Lisboa calculada para a primeira semana de agosto. Para já, não existem estimativas para a taxa de ocupação em Fátima, onde o Papa Francisco vai estar durante a manhã do dia 5 de agosto.
405 bebedouros e 934 torneiras
As previsões apontam para uma vaga de calor nos dias do evento e o Governo já disse estar preocupado. A Câmara Municipal de Lisboa assegura que estão a ser tomadas medidas como 200 novos bebedouros, a juntar aos pré-existentes 205 bebedouros, cuja manutenção está assegurada. Também estão previstos kits com chapéu e garrafa de água e 32 contentores de bebedouros no Parque Tejo, cada um com 20 torneiras. Trata-se de um total de 640 torneiras, um rácio de uma torneira para 300 pessoas. Acrescem mais 294 torneiras instaladas nos módulos de casa de banho com água potável.
Assim, totalizam-se 934 torneiras no recinto junto à margem ribeirinha. Está também a ser equacionada a possibilidade de “aspergir” os peregrinos com equipamento dos bombeiros.
1.000 a 2.500 euros
O preço médio para o aluguer de um quarto em Lisboa ronda os mil euros, enquanto o aluguer de uma casa pela semana completa pode chegar (e mesmo ultrapassar) os 2.500 euros.
Perdão de pena para jovens em 16 e 30 anos
O Governo aprovou um perdão de penas ou amnistia de crimes e infrações praticadas por condenados dos 16 aos 30 anos no “quadro” da realização em Portugal da Jornada Mundial da Juventude.
O diploma determina um perdão de um ano para todas as penas até oito anos de prisão, sendo adicionalmente fixado um regime de amnistia que compreende as contraordenações cujo limite máximo de coima aplicável não exceda 1.000 euros e as infrações penais cuja pena não seja superior a um ano de prisão ou a 120 dias de pena de multa. No perdão não estão incluídos arguidos que tiverem praticado crimes de homicídio, de infanticídio, de violência doméstica, de maus-tratos, de ofensa à integridade de física grave, de mutilação genital feminina, de ofensa à integridade física qualificada, de casamento forçado, de sequestro, contra a liberdade e autodeterminação sexual, de extorsão, de discriminação e incitamento ao ódio e à violência, de tráfico de influência, de branqueamento ou de corrupção.
41,6 milhões
O Tribunal de Contas está a fiscalizar cinco contratos para a JMJ no valor de 41,6 milhões de euros. Informações do TdC notam que três são relativos à compra de bens e empreitadas no valor de 16,6 milhões e dois empréstimos perto dos 25 milhões de euros.
30 mil voluntários
São 30 mil os jovens que se voluntariaram para participar nesta JMJ em Lisboa. As condições apenas ditavam que os voluntários tivessem mais de 18 anos e total disponibilidade entre 23 de julho e 7 de agosto.
Mas estes voluntários tiveram de pagar um valor para participar. O pacote mais barato tinha um custo de 30 euros, incluindo apenas transporte, seguro e kit, enquanto que a seguinte modalidade a ter um custo 90 milhões de euros e o mais caro era de 145 euros, com direito a alojamento, alimentação, transporte, seguro e kit de voluntário. Estes valores revertiam para os gastos associados à organização da Jornada.
50 a 255 euros por pacote de peregrino
São três modalidades diferentes (A, B e C) e 13 pacotes distintos que variam entre os 50 e os 255 euros para os peregrinos que se preparam para participar na Jornada em Lisboa.
O mais barato é de 50 euros e inclui apenas o passe para o último dia, além de transporte, seguro e kit peregrino.
O pacote de fim de semana (5 e 6 de agosto) vai dos 100 aos 140 euros, enquanto que a modalidade A – a mais cara – é para a participação em todos os eventos na semana completa, com os preços a variar entre os 95 euros (transporte, seguro e kit) e os 255 (alimentação, alojamento, transporte, seguro e kit), além de um dia extra, que pode ser 30 de julho ou 8 de agosto.
1.560 restaurantes a servir refeições a 7 euros
Foram mais de mil os restaurantes que aderiram ao apelo para alimentar os peregrinos provenientes de todos os cantos do mundo.
Estes 1.560 restaurantes tiveram de criar um menu específico para os peregrinos da JMJ, sendo que o preço não pode exceder os 7 euros por refeição.
Para ter acesso a esta refeição, cuja única obrigatoriedade para os estabelecimentos era ter prato principal e fruta, os participantes devem mostrar o QR code disponibilizado no bilhete.
161 milhões de euros
Este é o valor do custo total do evento. O custo é diluído entre a Igreja Católica, Governo, Câmara de Lisboa e de Loures.
A Igreja Católica vai desembolsar cerca de 80 milhões de euros, segundo o bispo auxiliar de Lisboa e coordenador da jornada, Américo Aguiar. A Câmara de Lisboa fixou o seu orçamento em 35 milhões de euros e a de Loures entre os nove e dez milhões.
A despesa do Estado ascende a 30 milhões de euros. Ainda assim, as responsabilidades e compromissos assumidos pelo Estado na JMJ poderão ir “até aos 21,8 milhões de euros”, ao qual se somam 8,2 milhões de euros respeitantes a um contrato adjudicado à IP (Infraestruturas de Portugal) para a deslocação do terminal de contentores.
2 toneladas de trigo para mais de um milhão de hóstias
Foram precisas 2 toneladas de trigo alentejano para fazer mais de 1 milhão de hóstias para a Jornada que acontece durante a próxima semana.
As irmãs Clarissas do Mosteiro do Imaculado Coração de Marina, na Estrela, em Lisboa, tiveram a seu cargo a produção das hóstias. Por sua vez, as 2 toneladas de trigo produzido no Alentejo foram doadas pela Associação Nacional de Produtores de Proteaginosas, Oleaginosas e Cereais em conjunto com a Germen – Moagem de Cereais.
100 campos de futebol
Este é o tamanho que ocupa o Parque Tejo, entre Lisboa e Loures e que gerou polémica desde o primerio dia.
As obras de terraplanagem do espaço, a criação de infraestruturas sanitárias, de água, eletricidade e Internet terminaram a um mês do início da Jornada.
Também aquele que ficou apelidado de palco-altar no Parque Tejo ficou terminado no início de julho.
194 contratos por 38 milhões
Já foram celebrados 194 contratos por parte de entidades públicas desde 2020 no âmbito da realização da JMJ em Portugal. Estas mesmas entidades gastaram mais de 38,33 milhões de euros nos mesmos contratos.
A maioria das adjudicações aconteceu já este ano, e mais de 83% do total das contratações foram por ajuste direto.
4 a 6 mil autocarros
Este é o número de autocarros previstos chegar com os peregrinos, de várias partes do mundo. Estará reservado o mesmo número de lugares de estacionamento em vários locais da cidade. Estes autocarros serão espalhados por 26 parques, uns criados em terrenos baldios e outros improvisados em avenidas.
6,8 milhões de euros
Este é o valor que será gasto em segurança e camas em escolas para os peregrinos que se desloquem a Lisboa para participar na JMJ. Este valor sai diretamente do orçamento da Jornada.
São 115 as instalações escolares para dar resposta a 42 mil peregrinos.
16 mil elementos das forças de segurança
Estão destacados 16 mil elementos das forças de segurança, Proteção Civil, emergência médica, Forças Armadas, Europol e Interpol.
Durante os eventos principais, no Parque Eduardo VII e Parque Tejo, serão criados perímetros de segurança, com diferentes pontos de acesso. Serão efetuadas revistas por polícias nestes mesmos acessos.
Mais de 500 mil entradas
Autoridades portuguesas controlaram mais de 500 mil pessoas desde a reposição do controlo documental nas fronteiras. Até sexta-feira, 83 pessoas foram impedidas de entrar em Portugal, sendo as fronteiras aéreas aquelas onde mais cidadãos têm sido controlados.
Segundo o Sistema de Segurança Interna, nos primeiros seis dias foram fiscalizadas 503.633 pessoas, 31.874 nas fronteiras terrestres, 438.402 nas fronteiras aéreas e 36.3587 nas fronteiras marítimas.
1,3 e 4 de agosto – Parque Eduardo VII
Zona Vermelha – Restrição absoluta à circulação rodoviária
Zona Amarela – Fortemente condicionada à circulação rodoviária.
Zona Verde – Permitida circulação
5 e 6 de agosto – Parque Tejo
Zona Vermelha – Restrição absoluta à circulação rodoviária
Zona Amarela – Fortemente condicionada
Zona Verde – Permitida circulação
6 de agosto – Passeio Marítimo de Algés
Zona Amarela – Fortemente condicionada
Zona Verde –Permitida circulação
No entanto, existem exceções definidas pelas autoridades, como é o caso de residentes, trabalhadores com declaração da entidade patronal, cargas/descargas das 24h às 7h (com exceção de medicamentos urgentes, carrinhas de valores, segurança privada, outras devidamente validadas no local pela PSP). Das 7h00 às 10h00 para transportes abaixo das 3,5 toneladas, avenças de parques de estacionamento públicos, TVDE e tuk-tuks, transportes públicos (táxis, Carris e Transportes Metropolitanos de Lisboa).
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