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Europa no ‘verde’ e previsão de corte de taxas na zona euro no final de 2024

Em Portugal, destaque para os números de maio dos índices de volume de negócios, emprego, remunerações e horas trabalhadas nos serviços relativos (Instituto Nacional de Estatística), e, ainda, para as estatísticas das empresas da central de balanços referentes ao primeiro trimestre (Banco de Portugal).
11 Julho 2023, 07h30

A Bolsa de Lisboa terminou a primeira sessão da semana em terreno positivo, com ganhos de 0,22% para 5.902,31 pontos aquando do fecho da negociação e em linha com a generalidade das praças europeias.

A NOS, a Semapa e a Mota-Engil lideraram entre as cotadas nacionais, registando valorizações de 1,75% para 3,38 euros, 1,70% para 13,16 euros e 1,35% para 2,245 euros, pela mesma ordem.

De destacar que a Mota-Engil assinou um contrato para o fornecimento e financiamento de material circulante ferroviário na Nigéria no valor de 916 milhões de dólares (840 milhões de euros) com o Federal Ministry of Transportation.

No sector energético, a tendência foi mista. A Greenvolt foi a empresa que mais pressionou o índice português, tendo fechado a sessão a cair 1,52% para 5,84 euros, seguida da EDP, que caiu 0,54% para 4,33 euros no encerramento do dia. Por outro lado, a EDP negociava 0,70% para 17,32 euros e a Galp subia 0,28% para 10,83 euros às 16:35.

Os principais mercados europeus terminaram o dia no ‘verde’: o DAX subiu 0,33% para 15.757,5 pontos, o CAC40 ganhou 0,45% para 7.143,69 pontos, o IBEX35 avançou 0,04% para 9.252,90 pontos e o Reino Unido valorizou 0,23% para 7.273,79 pontos.

“Os principais índices de ações europeus experimentaram território de ganhos e de perdas ao longo da sessão, mas acabaram por encerrar em alta, com o setor de Viagens & Lazer a liderar os ganhos. A revelação de que a China registou inflação zero em junho até pode gerar alguns receios de arrefecimento económico no país, mas os preços no produtor chinês recuaram 5,4% face a igual mês de 2022, a maior queda homóloga desde finais de 2015, pode trazer ventos favoráveis à descida da inflação no Ocidente, incluindo na Zona Euro e nos EUA”, destaca Ramiro Loureiro, analista de mercados do Millennium Investment Banking, na nota diária de fecho de mercado.

BCE deverá avançar com três novas subidas. Cortes só no final de 2024, estima Goldman Sachs

Quanto a uma possível nova subida das taxas de juros pelo Banco Central Europeu (BCE), o Goldman Sachs fez saber que estima que a instituição decida por mais três subidas, com os cortes a acorreram, segundo o banco norte-americano, no final de 2024.

“Dados os diferentes pontos de vista do conselho do BCE, olhamos para um compromisso onde o BCE sobe as taxas mais duas vezes para 4% (com subidas de 25 pontos base em julho e setembro) e sinaliza que permanece comprometida no aperto monetário”, começa por apontar o banco norte-americano numa nota hoje divulgada.

“Nesse caso, uma subida em dezembro parece mais provável, que pode permitir ao conselho abrandar o ritmo de aumentos para sinalizar determinação para entrar numa postura restritiva de forma sustentada. Continuamos confortáveis com a nossa previsão de só haver cortes na taxa do BCE no último trimestre de 2024”, pode-se ler na nota sobre a instituição liderada por Christine Lagarde, que voltará a reunir-se no dia 27 de julho para decidir sobre nova subida.

Espera-se que a nova subida ocorra na ordem dos 25 pontos base, como já sinalizou a presidente do BCE.

Bancos centrais e fundos soberanos alteram base dos investimentos

Um número crescente de países está a repatriar reservas de ouro como proteção contra as sanções impostas à Rússia pelo Ocidente à Rússia. Os dados surgem de um inquérito da consultora Invesco a bancos centrais e fundos soberanos publicado ontem, segunda-feira.

Em 2022, a queda dos mercados financeiros levou a perdas generalizadas na gestão dos fundos soberanos, que estão agora a repensar as suas estratégias – na convicção de que a inflação mais alta e as tensões geopolíticas vieram para ficar.

Mais de 85% dos 85 fundos soberanos e 57 bancos centrais que participaram no estudo anual Invesco Global Sovereign Asset Management acreditam que a inflação será mais elevada na próxima década que na última. Nesse novo contexto, o ouro e os títulos de mercados emergentes são vistos como boas apostas, mas o congelamento no ano passado de quase metade dos 640 mil milhões de dólares em reservas de ouro e câmbio da Rússia pelo Ocidente em resposta à invasão da Ucrânia também parece ter desencadeado uma mudança.

Euribor sobe para novo máximo a 3 meses desde novembro de 2008 e cai a 6 e 12 meses

As taxas Euribor subiram na segunda-feira a três meses para um novo máximo desde novembro de 2008 e desceram a seis e 12 meses.

A taxa Euribor a 12 meses, que atualmente é a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, recuou ontem para 4,190%, menos 0,003 pontos, depois de ter avançado até 4,193% em 7 de julho, um novo máximo desde novembro de 2008.

Segundo dados de março de 2023 do Banco de Portugal, a Euribor a 12 meses representava 41% do ‘stock’ de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável; os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representava 33,7% e 22,9%, respetivamente.

O que vai mexer com os mercados esta terça-feira

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) apresenta o mais recente Employment Outlook, que analisa a forma como os níveis históricos da inflação impactaram o mercado de trabalho, nomeadamente ao nível da inflação.

Em Portugal, destaque para os números de maio dos índices de volume de negócios, emprego, remunerações e horas trabalhadas nos serviços relativos (Instituto Nacional de Estatística), e, ainda, para as estatísticas das empresas da central de balanços referentes ao primeiro trimestre (Banco de Portugal).

Além fronteiras, na Alemanha, o Instituto ZEW divulga o indicador do sentimento económico (julho); os alemãos vão conhecer, ainda, o índice de preços do consumidor alemão (junho).

Do outro lado do Atlântico, nos Estados Unidos, o Fundo Monetário Internacional (FMI) promove a conferência anual de Michel Camdessus sobre a banca central.

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