A EDP anunciou hoje um corte no investimento para 17 mil milhões de euros até 2026. A meta anterior estava nos 25 mil milhões de euros para o período 2023-26, segundo o plano estratégico. O custo elevado de financiamento, com as taxas de juro em alta, e a queda nos preços da eletricidade levaram a companhia a mudar o seu plano.
Do total, 80% deste valor vai direto para os segmentos de renováveis, clientes e gestão de energia, com 20% a ir para as redes. Por geografia, 45% destina-se ao mercado da União Europeia, 33% para os EUA, 14% para o Brasil, e 7% para o resto do mundo.
“Atualização de plano 2024-26, altamente focado na optimização de capital e a robustez do balanço da EDP: desaceleração do investimento, com 17 mil milhões de euros de investimentos brutos entre 2024-26. Critérios de investimento disciplinados e seletivos, priorizando retornos sobre volume”, segundo a apresentação da EDP ao mercado.
Já a EDP Renováveis anunciou na quinta-feira um corte de três mil milhões de euros no seu investimento líquido face ao previsto no plano estratégico: 7 mil milhões de euros. A companhia prevê agora investir 4 mil milhões de euros nos próximos três anos em termos líquidos, menos 40% em relação ao plano.
O investimento bruto em renováveis vai ser de 12 mil milhões de euros para o período 2024-2026, “preservando um balanço saudável”, com foco na melhoria de eficiência.
Lucro da EDP sobe 17% no primeiro trimestre
O lucro não-recorrente da EDP subiu 17% para 354 milhões de euros, com o lucro recorrente a subir 20% para 368 milhões, à boleia do aumento do contributo das redes de eletricidade no Brasil.
O EBITDA recorrente recuou 5% para 1.342 milhões de euros, “refletindo a performance do negócio de geração e comercialização na Península Ibérica, impactado pela menor margem integrada no 1T24 face a um nível elevado no período homólogo”. Já o EBITDA não-recorrente desceu 5% para 1.341 milhões de euros.
Já o EBITDA do segmento eólico e solar subiu 1%, “suportado pelos ganhos com transações de rotação de ativos renováveis na América do Norte, totalizando €58M, e mitigado pela diminuição na produção de energia renovável devido a recursos eólicos abaixo da média, assim como a redução do preço médio de venda de energia”.
Já o investimento operacional de expansão recuou 6% para 981 milhões de euros.
A companhia destaca que o EBITDA da atividade de redes de eletricidade em Portugal, Espanha e Brasil aumentou 24% face ao período homólogo
para 474 milhões de euros, “suportado pelo bom desempenho no Brasil”.
Neste país, o EBITDA aumentou 51% para 252 milhões “impulsionado por ganhos com a rotação de ativos de transmissão de eletricidade”. Na Península Ibérica, o aumento no EBITDA nas redes “deve-se ao aumento das receitas reguladas e eficiência na gestão dos custos operacionais”.
O EBITDA das renováveis caiu 18% para 865 milhões de euros, com o impacto negativo no segmento de hídrica, clientes e gestão de energia na Iberia e Brasil, que recuaram ambas 32%.
A empresa sinaliza que os custos financeiros líquidos recuaram 9% para 236 milhões de euros, “refletindo a diminuição do custo médio da dívida de 10bps para os 4,7% impulsionado sobretudo pela diminuição da dívida em USD e BRL, mitigado pelo aumento do peso da dívida em EUR”.
A dívida líquida da companhia subiu 4% para 15,9 mil milhões de euros no final de março, “refletindo a aceleração do investimento em energias renováveis e redes de eletricidade, bem como o aumento do défice tarifário parcialmente mitigado pelos 538 milhões de encaixe de transações de rotação de ativos”.
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