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Efeito vacina. FMI vê economia mundial a crescer 5,5% e a da zona euro 4,2% este ano

Fundo Monetário Internacional espera que o abrandamento do crescimento da economia no início do ano, seja seguido por um ímpeto, alimentado pelo início do impacto do processo de vacinação, bem como pelo apoio orçamental adicional em algumas das grandes economias. Para a zona euro, projeta uma expansão de 4,2% este ano e 3,6% em 2022.
26 Janeiro 2021, 13h00

As recentes aprovações das vacinas desencadearam otimismo sobre uma reviravolta na pandemia ainda este ano, mas novas ondas e novas variantes do vírus levantam preocupações. No entanto, o Fundo Monetário Internacional (FMI) mostra-se confiante quando ao fortalecimento da atividade económica no final do ano, projetando um crescimento económico mundial de 5,5% este ano e de 4,2% em 2022.

Para a zona euro a projeção é de uma expansão de 4,2% este ano e 3,6% em 2022, enquanto para os Estados Unidos é de 5,1% este ano e 2,5% em 2020 e para a China é de 8,1% este ano e de 5,6% para o ano.

Nas atualizações do World Economic Outlook, publicadas esta terça-feira, a instituição presidida por Kristalina Georgieva assinala que a previsão para a economia global em 2021 é revista em alta em 0,3 pontos percentuais em relação à anterior publicada em outubro, refletindo as expectativas de um fortalecimento da atividade, alimentado pelo início do impacto do processo de vacinação no final do ano, bem como pelo apoio orçamental adicional em algumas das grandes economias, nomeadamente nos Estados Unidos e no Japão.

“Reflete a recuperação mais forte do que o esperado, em média, em todas as regiões na segunda metade do ano”, refere o relatório, que salienta que a atualização é particularmente acentuada para o grupo das economias avançadas.

Revisão em ligeira baixa para a zona euro

O FMI projeta que a economia da zona euro cresça 4,2% este ano e 3,6%, menos 1 p.p. do que nas últimas projeções. Segundo as estimativas da instituição para as principais economias europeias, a Alemanha deverá crescer 3,5% este ano, França 5,5%, Itália 3% e Espanha 5,9%, enquanto para 2022, a expansão deverá ser de 3,1% na Alemanha, de 4,1% em França, de 3,6% em Itália e 4,7% em Espanha.

O crescimento projectado para a recuperação surge depois dum “colapso severo” em 2020 que a instituição de Bretton Woods assinala ter tido “impactos adversos agudos sobre as mulheres, jovens, pobres, empregados informais e aqueles que trabalham em setores de contacto-intensivo”.

Ainda assim, a força da recuperação deverá variar significativamente entre os países, dependendo do acesso a intervenções médicas, eficácia do apoio político, exposição a repercussões entre os países e as características estruturais. “Espera-se que o abrandamento no início de 2021 dê lugar a um ímpeto crescente no segundo trimestre, à medida que as vacinas e os tratamentos se tornam mais prontamente disponíveis”, pode ler-se no relatório.

“Consistente com a recuperação da atividade global, os volumes de comércio global devem crescer 8% em 2021, antes de moderar para 6% em 202”, explica, realçando de que o comércio de serviços deve recuperar mais lentamente do que os volumes das mercadorias, contudo, é contrabalançado com a diminuição do turismo e viagem de negócios até que a transmissão do vírus diminua.

Entre os principais riscos identificados pelo FMI está “uma incerteza excepcional”, considerando que “embora as novas restrições após o aumento das infecções, especialmente na Europa, sugiram que o crescimento pode ser mais fraco do que o projectado no início de 2021, outros factores puxam a distribuição dos riscos na direção oposta”, como o acordo para o Brexit alcançado em dezembro.

Pelo lado negativo, o crescimento poderá ser mais fraco do que o projectado no cenário base se novas vagas e novas variantes da Covid forem difíceis de conter, as infeções e morte aumentarem rapidamente antes que as vacinas estejam amplamente disponíveis ou os lockdowns se mostrem mais fortes do que o previsto.

O FMI destaca ainda que se o apoio orçamental for retirado antes que a recuperação esteja “enraizada” as falências de empresas viáveis, mas ilíquidas, podem aumentar, levando à perda de mais empregos e rendimentos, aumentando o já grande número de economias em sobreendividamento e aumentar as insolvências entre as empresas e famílias.

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