São 235 mil milhões de dólares e as pessoas sérias resistirão à tentação parola de estabelecer um comparativo entre a fortuna do sul-africano e o PIB português (que é de 260,56 mil milhões de euros, ou 288 mil milhões de dólares – ah, ah ganhámos).
Depois de resistir a esse parolismo de gente pobre, vem agora a parte que me institui como um democrata liberal: acaso é um bom motivo instaurar um processo de perseguição a quem se torna milionário? Ninguém se lembra daquele sueco que disse que a sua política era acabar com os pobres quando Otelo Saraiva de Carvalho lhe disse que queria acabar com ricos?
Bastavam dois ‘Elon Musks’ portugueses – mas gente a sério, mais aguerrida que o pobre do José Neves – para o PIB nacional ser de -98% da dívida pública, o que quereria dizer que a dita dívida estaria coberta em 200%. Simpático. A esperança dos portugueses – que antes ia direitinha para o José Neves (apesar de quase ninguém saber o que vende – vende dados, senhores) – está agora nas startups que entulham a porta da Fábrica de Unicórnios de Lisboa e cujo mistério é, em princípio, o da incapacidade de tornar óbvia a sua existência. O presidente da Câmara de Lisboa – um não-crente, apesar da balbúrdia das jornadas europeias da juventude – é um confesso dogmático sobre a matéria e por isso nem vale a pena metê-lo ao barulho.
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