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“Guerras comerciais não têm vencedores”: as propostas da CIP para a Europa

Confederação Empresarial de Portugal entregou ao Governo, PSD e CDS as propostas dos empresários para a Europa até 2024. Livre comércio e investimento internacional entre as prioridades, mas também a necessidade de concluir a União Bancária.
Cristina Bernardo
2 Maio 2019, 07h44

A CIP – Confederação Empresarial de Portugal quer que a Europa defenda o comércio livre e o investimento internacional. Esta é uma das propostas dos empresários para a Europa até 2024, que consta do documento que a organização liderada por António Saraiva apresentou ao Governo, ao PSD e CDS as propostas para a Europa até 2024.

“Guerras comerciais não têm vencedores. A Europa precisa de defender o livre comércio e o investimento internacional, combatendo a nova tendência protecionista que enfrentamos”, pode ler-se no documento.

A CIP defende que as instituições europeias estabeleçam acordos multilaterais de comércio, assim como Acordos de Comércio Livre (ACLs) bilaterais e multilaterais. Neste sentido, pretende a “utilização efetiva” destes acordos, nomeadamente por parte das pequenas e médias empresas.

“A UE tem de manter uma parceria próxima com o Reino Unido a nível económico, político e de segurança, salvaguardando simultaneamente a integridade do mercado único europeu”, acrescenta. “Para além da necessidade de fazer face aos desenvolvimentos de curto prazo, há que atenuar os efeitos negativos da saída do Reino Unido no médio e longo prazo, por via da redução do peso da faixa atlântica da União Europeia e, consequentemente, da reversão da tendência de abertura e intensificação do relacionamento com o continente americano”.

A confederação realça ainda a necessidade de aprofundar o mercado único, de forma a “contrariar a introdução de medidas nacionais que prejudiquem o seu bom funcionamento”, bem como a harmonização fiscal na tributação direta das empresas.

“É necessário aprofundar e completar a União Económica e Monetária, que não se pode limitar a consolidar as finanças públicas, mas que deve também responder à necessidade de uma maior convergência entre as economias dos Estados-Membros e ao desenvolvimento de novos mecanismos que aumentem a resiliência da zona euro a choques externos”, acrescentam os empresários.

Neste sentido, realça a necessidade de concluir a União Bancária e medidas que facilitem o financiamento do investimento.

“As regras orçamentais da zona euro devem ser revistas, tornando-se mais simples, mais operacionais, mais transparentes e mais favoráveis ao crescimento”, refere. “Mas os esforços não podem ser de consolidação cega e é necessário não negligenciar a qualidade das finanças públicas e assegurar uma estratégia macroeconómica global coerente, nas suas vertentes de política estrutural, orçamental e monetária”.

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