As empresas precisam de ter solidez económica e financeira, mas muitas delas olham somente para os seus lucros e com isso descuram a sua capacidade de investir.
O alerta foi dado por Carlos Gouveia, CEO da Scoring no painel “Resiliência como chave para o sucesso”, inserido na “Rota do Crescimento”, iniciativa que juntou empresários, gestores e especialistas para debater os principais desafios e oportunidades do crescimento empresarial em Portugal, promovida pelo JE e que decorreu na terça-feira, 27 de maio, em Santarém.
“É preciso ter rentabilidade nas vendas, uma empresa que não gere resultados não vale a pena ter casas muita bonitas, porque isso não gera rendimentos”, afirmou.
Por sua vez, Bernardo Maciel, CEO da Yunit, também presente no painel defendeu que as empresas “têm de ter capacidade financeira para não olharem apenas para o dia seguinte”.
Sobre a região de Santarém, o responsável considerou que tal como outras regiões do interior do país, esta tem um potencial máximo ao nível do apoio dos fundos comunitários.
“Teremos sempre de trazer projetos que tragam inovação para o setor da agricultura, indústria ou serviços”, referiu, realçando que estes setores representam entre 60% a 70% do negócio na região, sendo que no caso da indústria, o peso do emprego é de 25% e de 30% no volume de negócios.
Um dos casos de sucesso na região é a EntoGreen, empresa que utiliza insetos como ferramentas para contribuir para a a sustentabilidade no setor agroalimentar, através de três produtos: fertilizante orgânico, farinha de inseto e óleo de inseto.
“A farinha e óleo são usados por exemplo na petfood e já vendemos para Portugal, Espanha e França”, referiu Inês Sarmento, administradora executiva da Entogreen, que já conta com um investimento de 12 milhões de euros.
Contudo, para que esta e outras empresas tenham sucesso é necessário mão de obra, um problema que afeta atualmente o meio empresarial português.
“Só podemos ter casos de sucesso com capital humano”, referiu Sérgio Santos, CEO da construtora Vomera, grupo que tem perto de 150 pessoas, das quais 50% vem de fora do país.
O CEO defendeu que Portugal precisa da emigração, mas “com responsabilidade”, destacando que no caso da Vomera trouxeram muita gente de Cabo Verde, onde de resto estão a fazer obra pública e privada para habitação, escolas ou igrejas.
Por sua vez, Ramiro de Matos, CEO da Águas de Santarém, recordou que a empresa foi eleita uma das 50 melhores para trabalhar.
“A diferenciação foram os projetos ao nível da preservação humana”, afirmou, num grupo que conta com 120 pessoas”, disse.
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