[weglot_switcher]

Empresas portuguesas devem investir mais em 2019

Os resultados deste inquérito apontam ainda para um aumento de 1,9% do investimento em 2018, traduzindo uma revisão em baixa face às perspectivas. O autofinanciamento continua a ser a principal fonte de financiamento para o investimento empresarial inquiridas em Portugal.
25 Janeiro 2019, 11h59

O investimento das empresas deverá crescer em termos nominais 4,4% este ano, de acordo com os resultados apurados no Inquérito de Conjuntura ao Investimento, divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) nesta sexta feira, 25 de janeiro.

Os resultados deste inquérito apontam ainda para um aumento de 1,9% do investimento em 2018, traduzindo uma revisão em baixa face às perspectivas.

Os dados foram apurados no período entre 1 de outubro de 2018 e 17 de janeiro de 2019 e apontam para um aumento de 1,9% em 2018 da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) empresarial em termos nominais face ao ano anterior. Esta taxa representou uma revisão em baixa de 3,2 pontos percentuais (p.p) face ao resultado obtido no inquérito de abril de 2018 e de 1,8 p.p. face às perspetivas reveladas no inquérito de outubro de 2017 (variação de 3,7%).

Escalões

Considerando a dimensão das empresas por escalões de pessoal ao serviço, o INE destaca as empresas pertencentes ao quarto escalão (500 ou mais pessoas ao serviço) por registarem o contributo positivo mais significativo (3,6 p.p.) para a variação do investimento em 2018, refletindo um crescimento de 9,9%.

A seguir, temos as empresas do terceiro escalão (entre 250 e 499 pessoas ao serviço) com um contributo de 0,6 p.p. (taxa de variação de 3,7%). Por sua vez, as empresas do primeiro e segundo escalões (menos de 50 pessoas ao serviço no primeiro caso e entre 50 e 249 pessoas ao serviço no segundo) apresentaram contributos negativos (menos 1,2 p.p.) para a variação do investimento em 2018. Estas também refletiram decréscimos de 4,0% e 5,8%, respetivamente, segundo o organismo de estatística português.

Para 2019, os resultados do presente inquérito apontam para uma taxa de variação do investimento empresarial de 4,4%. O crescimento da FBCF em 2019 deve-se ao contributo positivo das empresas pertencentes ao quarto escalão (6,9 p.p.), em resultado de uma variação de 17,5%, e das empresas do segundo escalão (1,8 p.p.), refletindo um crescimento de 9,7%.

Fontes de financimento

Segundo o relatório, o autofinanciamento é a principal fonte de financiamento para o investimento das empresas inquiridas, representando 67,1% e 65,6% do total em 2018 e 2019, respetivamente.

Na média dos dois anos, esta fonte de financiamento assume particular relevância nas secções de atividades de informação e de comunicação (94,2%), de indústrias extrativas (88,4%) e de eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio (87,7%). O recurso ao autofinanciamento assume menor importância na secção de atividades administrativas e dos serviços de apoio (33,0%).

Contudo, é de assinalar o aumento observado entre 2018 e 2019 no recurso a outras fontes de financiamento (1,1 p.p.) e ao crédito bancário (0,5 p.p.), que se mantém como a segunda principal fonte de financiamento (21,7% na média dos dois anos).

Limitações de investimento

A diminuição das perspetivas de venda é o principal fator limitativo do investimento empresarial identificado pelas empresas nos dois anos analisados. Entre 2018 e 2019, prevê-se um aumento do peso relativo da insuficiência da capacidade de autofinanciamento e da deterioração das perspetivas de venda e uma redução do peso relativo da dificuldade em obter crédito bancário e da dificuldade em contratar pessoal qualificado.

De 2018 para 2019, e para o total das atividades, a percentagem de empresas com indicação de limitações ao investimento aumentou de forma ténue (33,4% e 33,8% em 2018 e 2019, respetivamente), observando-se este comportamento em seis das treze secções inquiridas, enquanto três secções registaram uma estabilização e quatro uma diminuição.

A deterioração das perspetivas de vendas continua a ser o principal fator limitativo ao investimento mais referido pelas empresas (29,0% e 30,8% em 2018 e 2019, respetivamente), seguindo-se, em 2018, a incerteza sobre a rentabilidade dos investimentos (19,8%) e, em 2019, a incerteza sobre a capacidade de autofinanciamento (20,3%).

Objetivos de investimento

Entre os objetivos do investimento perspectiva-se um aumento da importância relativa do investimento orientado para a racionalização e restruturação e para outros investimentos, enquanto o peso relativo do investimento associado à extensão da capacidade de produção e à substituição deverá diminuir. Apesar da redução do seu peso relativo, o investimento de substituição destaca-se por ser o objetivo mais referido em ambos os anos.

 

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.