Os benefícios extrassalariais são entendidos em algumas grandes empresas portuguesas como um bem com retorno. Paula Carneiro, a diretora de People Experience Unit, conta ao Jornal Económico (JE) que entre os colaboradores do Grupo EDP, a aposta em benefícios extrassalariais tem-se traduzido em “resultados extraordinários” uma vez que a empresa considera que a “conciliação entre vida profissional e familiar” é crucial para um bom desempenho.
Assim, a cotada disponibilizou um pacote de benefícios mais “tradicionais”, como o seguro de saúde, bem como um conjunto de benefícios mais relacionados com temas de conciliação, saúde e bem-estar por se terem tornado, nos últimos meses, serviços com grande procura.
“Um dos temas que esta pandemia trouxe para a agenda mediática, e das empresas a nível global, foi a necessidade de um novo olhar para a importância do bem-estar e da saúde mental”, reforçou Paula Carneiro, referindo que foram consolidadas algumas medidas existentes, “como a disponibilização de consultas de apoio psicossocial e a continuação da ginástica laboral”.
A mesma preocupação verifica-se entre outras grandes empresas, como a Galp, que decidiu otimizar os planos de seguro de saúde através das teleconsultas, prescrições eletrónicas e serviços de apoio psicológico entre outros programas que servem para apoiar “os nossos colaboradores e respetivas famílias que estão em teletrabalho”, explica fonte oficial, relembrando que a adaptação ao confinamento e ao trabalho remoto levantou um véu sobre as vulnerabilidades daqueles sem acesso digital ou tecnológico.
Para dar resposta a este obstáculo, entre os colaboradores da energética que se viram forçados a trabalhar a partir de casa, foram distribuídos cerca de 600 computadores (que serviram também as necessidades dos filhos que começaram o ensino à distância), entre outros equipamentos necessários ao desempenho das suas funções.
Estava valorização pelo teletrabalho verificou-se também na EDP que não exclui um regime de trabalho híbrido à semelhança do que se assiste em outros sectores. Na verdade, segundo um estudo da consultora Aon Portugal, mais de 65% das empresas querem manter o teletrabalho em 2021.
“O atual cenário de saúde pública impôs às empresas, e à sociedade em geral, a necessidade de adotar novas estratégias e novos métodos de trabalho, sendo que muitos deles farão parte do futuro da generalidade das empresas, independentemente da sua dimensão”, adiantou fonte oficial da Altice ao JE, acrescentando que a pandemia ensinou a empresa a valorizar os benefícios do trabalho à distância, tanto para a empresa como para os colaboradores.
Na gigante das telecomunicações já era possível aos colaboradores adotar o mecanismo de “Work@Home” alguns dias por mês e acordando com a chefia. No entanto, a pandemia tornou este mecanismo numa ferramenta “válida e viável”, uma vez que facilita a conciliação entre a vida profissional e a pessoal.
Para a Altice, o trabalho remoto apresenta-se, assim, como “uma solução viável” para um futuro pós-pandemia e “certamente se tornará numa tendência no que respeita a incentivos não salariais na esfera do work-life balance, contribuindo para diferenciar as propostas de valor das empresas na captação de talento”, conclui.
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