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Empresas têm de investir 14 mil milhões para não perder corrida à IA

A escassez de talento qualificado tem afetado a forma como as empresas portuguesas têm ‘atacado’ o tema da Inteligência Artificial. Para não ficarem para trás, organizações precisam de investir quase 14 mil milhões só este ano em tecnologia e promoção do talento.
IA
3 Outubro 2024, 13h49

A Inteligência Artificial (IA) está no centro do mundo e as empresas não querem perder a corrida. Mas para tal, e de forma a não ficarem para trás, têm de contratar talento especializado no tema e para isso têm de estar disponíveis a fazer um investimento significativo que ronda os 14 mil milhões. Um novo estudo da International Data Corporation (IDC) Portugal mostram que a procura por talentos em IA deverá crescer mais de 20% anualmente até 2026.

O sector das Tecnologias de Informação (TI) tem apresentado um balanço positivo ao longo de 2024, com aumentos significativos no investimento e contratações, nomeadamente nas áreas de desenvolvimento de software, cibersegurança e análise de dados. No entanto, a escassez de talentos qualificados continua a afetar o avanço das empresas nestas áreas, o que implica a então procura por este tipo de talento.

“A escassez de talento qualificado, especialmente nas áreas de IA, análise de dados, cibersegurança e desenvolvimento de software, é uma das principais barreiras ao crescimento do setor em Portugal. Prevemos que a procura por profissionais nestas áreas aumente significativamente nos próximos anos,” sublinha Gabriel Coimbra, country manager da IDC Portugal, em comunicado.

Para a consultora IDC, a análise de dados deverá observar um crescimento de 11% ao ano entre 2024 e 2026, cibersegurança deverá comportar um aumento de 10% anual e desenvolvimento de software de 8% ao ano. São, para já, áreas em que as empresas consideram que falta talento e onde se querem focar.

Além disso, a IDC Portugal prevê crescimentos superiores a 15% nos gastos com tecnologia digital, especialmente em Inteligência Artificial, cloud e cibersegurança.

Para corresponder a este crescimento, a IDC Portugal indica dois tipos de intervenções: macro e micro. “A nível macro, é crucial melhorar o contexto fiscal para reter talentos nacionais e atrair talentos internacionais, com programas como o ‘Tech Visa’ desempenhando um papel vital. Além disso, o fortalecimento do sistema de ensino e formação, tanto público como privado, é essencial para garantir a qualificação contínua da força de trabalho”, sustenta o comunicado.

Já a nível micro, as empresas devem apostar “em estratégias como investimento em formação contínua, através de programas de desenvolvimento profissional para aumentar as competências da equipa e melhorar a retenção; em criar um ambiente de trabalho flexível; em salários e benefícios competitivos; cultura de inovação; e ainda parcerias com instituições de ensino”.

Gabriel Coimbra evidencia a necessidade de “uma abordagem estratégica para enfrentar os desafios ao nível da retenção e captação de talento, garantindo que Portugal continua a ser competitivo no cenário global de TI”.

Empresas têm de investir 13,9 mil milhões em IA só em 2024

O mesmo estudo mostra que as organizações portuguesas em tecnologia e telecomunicações deverão aumentar o seu investimento em 6,9% só neste ano, para um total de 13,9 mil milhões de euros. Trata-se então de um crescimento que vem sendo assentado em várias tendências, nomeadamente: migração para cloud, modernização das infraestruturas tecnológicas, cibersegurança, IA e Big Data.

“A necessidade de modernizar processos, canais e modelos de negócio, para manter as organizações competitivas numa economia cada vez mais digital, continua a ser um fator crucial e, neste sentido, a transformação digital, agora ainda mais acelerada com a IA, continua a ser um dos principais motores dos investimentos”, acrescenta o country manager da IDC Portugal,

Nota a IDC que a IA, em particular a IA Generativa, está a emergir como um dos principais aceleradores de investimento em tecnologia. Ora, assim sendo, a perspetiva da IDC é que as empresas portuguesas invistam cerca de 79,8 milhões de euros em plataformas e aplicações de IA só este ano, o que deve representar um crescimento de 33,4% em relação a 2023.

“O impacto da IA Generativa é enorme, especialmente quando aplicada a casos de uso que entregam resultados mensuráveis. As empresas que conseguirem alinhar estas tecnologias com as suas estratégias de negócio terão uma vantagem competitiva significativa, não apenas no curto prazo, mas principalmente a médio e longo prazo”, destaca Gabriel Coimbra.

Mas não é só a IA que está em destaque. Também o mercado de cloud tem crescido em território nacional, a nível acelerado, estando mesmo apontado um aumento superior a 20%, o que representa quase mil milhões de euros em termos monetários.

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