Os acionistas da Endesa devem aprovar na terça-feira a venda à Enel da participação na chilena Enersis, através da qual controla os ativos na América Latina, e ainda a distribuição de um dividendo histórico de 14.605 milhões de euros.
As operações, que serão previsivelmente aprovadas numa assembleia de acionistas em Madrid, inserem-se no processo de reestruturação da empresa, cujo negócio se centrará agora em Portugal e Espanha.
A par do desinvestimento na América Latina e dos dividendos – valor histórico sem precedentes – as alterações incluem ainda a nomeação de José Bogas como novo conselheiro delegado (o equivalente a presidente executivo), em substituição de Andrea Brentan.
Deverá ainda ser aprovada uma possível colocação em bolsa, entre investidores qualificados, de uma participação minoritária da Enel na Endesa.
A Enel, que controla 92% do capital da Endesa, comprará os ativos latino-americanos por 8.252 milhões de euros, assumindo em concreto o controlo de 60% que a Endesa detém na Enersis.
O valor da operação destina-se, previsivelmente, aos acionistas da Endesa, que a 29 de outubro receberão um dividendo de 7,79 euros por ação, mais de cinco vezes a retribuição anual ordinária.
Um segundo dividendo, de 6.352 milhões de euros – também a pagar a 29 de outubro – e que equivale a seis euros brutos por ação, elevará o total a distribuir a 14.605 milhões de euros, ou 13,79 euros brutos por título.
Este segundo dividendo extraordinário vai ser financiado em parte através de um empréstimo de 4.500 milhões de euros e de uma linha de crédito de mil milhões, que elevarão a dívida da empresa, situada atualmente em 4.550 milhões de euros.
OJE/Lusa
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