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Endividamento deixa “milhares de empresas” em situação “potencialmente explosiva”, alerta CPPME

A CCPME exige que o Governo tome “medidas imediatas e vigorosas” para ajudar “milhares de empresas” que estão em dificuldades, uma vez que subscreveram às linhas de crédito divulgadas durante a pandemia e outras calamidades.
  • VISTA ALEGRE ÍLHAVO – FÁBRICA LIONELBALTEIRO/LAMOUSSE
7 Novembro 2022, 16h46

Há milhares de empresas numa “situação potencialmente explosiva” por causa dos créditos contraídos durante a crise pandémica. O alerta foi feito esta segunda-feira pela Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas (CCPME), que pede ao Governo que avance com medidas de apoio.

Segundo nota a CCPME, os financiamentos e as linhas de crédito foram “amplamente impingidas pelo Governo” para enfrentar as dificuldades provocadas pela pandemia e pelas demais “situações de calamidade” que marcaram os últimos anos, pelo que várias empresas acabaram por recorrer a esses instrumentos.

“Em 2020 e 2021, perante a total ou parcial paralisação da atividade económica, tal como está a acontecer agora perante a escalada inflacionista de todos os custos de produção e tem vindo a acontecer em todas as situações de calamidade natural ocorridas na última década, a maior parte dos apoios governamentais traduziu-se no aumento do seu endividamento através da subscrição de linhas de crédito e outros instrumentos bancários, exaltando as vantagens das taxas negativas da Euribor e da bonificação dos spreads“, salienta a confederação.

Num momento em que as taxas Euribor estão a aumentar, as empresas estão agora em novas dificuldades, pelo que a CCPME pede que o Governo tome medidas.

“Não acreditando que o Governo tenha pretendido induzir as empresas nacionais num ‘conto do vigário’ de efeitos desastrosos, a CPPME exige que o mesmo tome medidas imediatas e vigorosas de salvaguarda das dezenas de milhares de empresas afetadas”, realça a confederação.

Só assim será possível evitar, salienta, o despedimento de “muitos trabalhadores” e, no limite, o encerramento de uma parte das empresas em questão.

De notar que perante a escalada dos preços e a crise energética, o Governo lançou em setembro um conjunto de apoios às empresas. Desse pacote, constava uma nova linha de crédito, seguindo-se a receita aplicada também durante a crise pandémica.

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