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Enfermeiros do Hospital do Barreiro denunciam sobrelotação e ameaçam com protesto

Os enfermeiros do Centro Hospitalar Barreiro Montijo ameaçam com protesto à porta do hospital, caso a situação “grave” de sobrelotação e falta de profissionais, se mantenha nesta unidade de saúde. Sindicato alerta para falta de condições nas urgências e de violência no local de trabalho com ameaças a enfermeiros por parte de utentes.
5 Janeiro 2019, 09h00

Os enfermeiros do Centro Hospitalar Barreiro Montijo (CHBM) ameaçam com protesto à porta do hospital, caso a situação “grave” de sobrelotação e falta de profissionais, se mantenha nesta unidade de saúde. A iniciativa de protesto é revelada pelo Sindicato dos enfermeiros Portugueses (SEP).

Segundo o SEP, as recentes obras no Serviço de urgência do Centro Hospitalar Barreiro Montijo, EPE deveriam ter trazido melhores condições para profissionais e utentes, contudo, a ausência de reforço da equipa de enfermagem e o aparente aumento da capacidade de internamento, realça o sindicato, “vieram agravar uma situação já de si caótica”.

O Sindicato dá conta que na última reunião que o SEP teve com o conselho de administração desta EPE, no final de 2018, foi garantido que não haveria necessidade de reforçar a equipa de enfermagem.

“Contudo, não só houve efetiva necessidade, comprovada pela recente entrada de dois enfermeiros, como é manifestamente insuficiente face ao aumento de postos de Trabalho”, realça o SEP, acrescentando que a sobrelotação do serviço compromete a segurança dos utentes, torna impossível garantir o isolamento de doentes infetados e até a atuação em casos emergentes, pela ocupação indevida dos espaços de circulação e passagem de profissionais.

“É inadmissível que, neste cenário, os profissionais estejam sujeitos a agressões e tenham que responder perante a polícia pela falta de condições para prestar informações aos familiares, o conselho de administração deve responsabilizar-se por estas situações e garantir condições de segurança aos profissionais”, prossegue o SEP, em comunicado, lamentando que nenhum membro do conselho de administração do hospital tenha estado presente no Serviço de Urgência para se dirigir à equipa de enfermagem apesar das solicitações nesse sentido.

“Perante este cenário, comum a outros hospitais do distrito, é urgente que haja luz verde para a contratação de enfermeiros parte da Ministra da Saúde, melhoria da gestão de camas nos hospitais e criação de respostas de saúde fora do contexto de urgência”, realça, concluindo que “caso a situação não se reverta a Equipa de enfermagem fará um protesto à porta do hospital”.

 

Ordem dos Enfermeiros já reuniu com administração

Recorde-se que a Ordem dos Enfermeiros (OE) reuniu-se, a seu pedido, com o conselho de administração do Centro Hospitalar Barreiro Montijo, a 5 de novembro, depois de uma exposição sobre a falta de enfermeiros, a falta de condições nas Urgências e de violência no local de trabalho.

Na sequência das diligências da OE, a administração do Centro Hospitalar informou que foi contratada segurança 24 horas por dia para o SUB Montijo, onde não havia segurança no turno da manhã e apenas um segurança nos turnos da tarde e da noite, depois de vários episódios em que enfermeiros foram ameaçados, conforme exposição enviada à OE com relatos de casos concretos entre 2015 e 2018.

Na reunião, na qual a Bastonária, Ana Rita Cavaco, foi acompanhada pelo presidente da secção regional Sul da OE, Sérgio Branco, foi ainda garantido pela administração do hospital do Berreiro  que, até ao final do ano, seriam contratados, pelo menos, mais três enfermeiros, número que para o SEP é considerado  insuficiente face às carências de meios humanos naquele Centro Hospitalar.

Foi ainda assumido o compromisso de melhoria das condições de trabalho e dos doentes com a nova urgência do Barreiro, cujo caos, com a sobrelotação de doentes e falta de profissionais, já foi amplamente denunciado pela OE.

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