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Ensino do português bate recorde de 12 mil alunos na Venezuela

“Há pouco mais de um ano e meio 7.500 alunos estudavam português na Venezuela, e hoje, um ano letivo e meio depois estamos a chegar aos 12.000 alunos”, disse o embaixador de Portugal, João Pedro Fins do Lago.
5 Maio 2024, 19h23

O ensino do português está a bater recordes na Venezuela, onde o crescente interesse pela língua cativou já quase 12.000 alunos a centros de ensino, inclusive em zonas sem comunidade lusodescendente, afirmou o embaixador de Portugal em Caracas.

“Um dos países onde se nota esse interesse crescente pelo português, pela língua de Camões, é na Venezuela. Há pouco mais de um ano e meio 7.500 alunos estudavam português na Venezuela, e hoje, um ano letivo e meio depois estamos a chegar aos 12.000 alunos”, disse o embaixador de Portugal, João Pedro Fins do Lago.

O diplomata falava à Lusa na “Fundación La Poeteca”, em Caracas, à margem do início das celebrações do Dia da Língua Portuguesa que assinala também localmente os 500 anos do nascimento do poeta português Luís Vaz de Camões, “uma data redonda muito importante”, que segundo o diplomata serve para colocar “na rota da atenção mundial” uma “língua que une povos, que faz pontes entre os cinco continentes e que está em expansão”.

“Há um crescimento exponencial da língua portuguesa, do interesse pela nossa literatura, os nossos poetas, escritores, mas também o entendimento de que a língua portuguesa tem um valor económico e que abre mercados, possibilidades para o futuro dos jovens”, frisou.

O embaixador explicou que as comemorações do dia da língua portuguesa são “algo que vai muito para além de Portugal” e que esta é a mais falada no hemisfério sul, com “cerca de 250 milhões de falantes do português no mundo”.

“A língua portuguesa estreita as relações entre Portugal e a Venezuela (…). Durante muito tempo, tradicionalmente era um valor próprio, quase exclusivo da comunidade portuguesa e lusodescendente, e hoje esse padrão altera-se na medida em que são os próprios venezuelanos, que não são descendentes portugueses, que não são portugueses, a procurar o conhecimento da língua portuguesa”, disse.

O diplomata adiantou que são várias dezenas de universidades e escolas venezuelanas, de centros e clubes portugueses onde ao nível primário, secundário e universitário “cada vez há uma procura maior pela língua portuguesa”.

“E aí, a Embaixada, o Estado, mas também o movimento associativo luso-venezuelano tem um papel extraordinário em corresponder a essa procura que cada vez se expande mais por regiões que vão muito para além daquelas onde está concentrada a comunidade portuguesa (tradicionalmente nas regiões de Caracas e Valencia). E, portanto, do português que chega a terras longínquas da Venezuela porque os venezuelanos querem aprender português”, disse.

Na Venezuela “celebra-se Camões como um símbolo de tudo o que de melhor há na língua portuguesa e dos seus melhores autores”, indicou o diplomata.

“É um Camões no sentido largo, que inclui a literatura brasileira, a angolana, a moçambicana e a de Timor-Leste. É um Camões que abraça os continentes inteiros. Este dia é um dia que não é só de Portugal, é um dia de todos os povos lusófonos”, disse.

Para assinalar as celebrações do Dia da Língua Portuguesa e os 500 anos do nascimento de Camões, professores e alunos de português declamaram vários sonetos de Luís Vaz de Camões, nos idiomas luso e castelhano e o grupo “Ensamble + que vozes” interpretou músicas tradicionais portuguesas e dos países africanos lusófonos.

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