A ligação entre as neurociências, a psicologia e a formação de recursos humanos foi o tema do mais IV Encontro Academias Corporativas, promovido no passado dia 11 de outubro pela VdA Academia. A diretora desta academia da Vieira de Almeida & Associados, Susana Almeida Lopes, explicou ao Jornal Económico o porquê desta iniciativa e da escolha deste tema.
“O conhecimento desenvolvido ao nível da psicologia e da economia comportamental fornece algumas explicações sobre os fatores que influenciam os resultados da formação tais como erros, enviesamentos, estereótipos e heurísticas”, disse Susana Almeida Lopes.
Acrescentou que, sendo a formação um fator de competitividade com impacto significativo nas organizações, “é importantíssimo que sejam conseguidas as mudanças comportamentais desejadas e que trazem o valor acrescentado às organizações”.
“Durante o IV Encontro de Academias Corporativas, e com os contributos dos nossos parceiros, foram abordadas todas estas questões e dadas sugestões táticas para a otimização dos resultados da formação”, defendeu.
O Encontro Academias Corporativas é um evento anual promovido pela VdA Academia que tem como objetivo debater os desafios atuais colocados à formação e ao desenvolvimento do talento.
Segundo Susana Almeida Lopes, a escolha do tema destes encontros anuais é feita tendo em conta a necessidade de responder “às questões que mais inquietam quem trabalha na área da formação e de desenvolvimento do talento”.
“Após o impacto do encontro do ano anterior, que gerou debate entre diretores de recursos humanos e responsáveis de formação de diversas organizações, mostrou-se imperativo desenvolver a linha de aproximação entre as ciências – e, em particular, as neurociências -, a psicologia e a formação”, explicou, acrescentando que o tema da Economia Comportamental “não poderia estar mais em voga, não fosse, curiosamente, o encontro ter decorrido na mesma semana em que Richard H. Thaler ganha o prémio Nobel da Economia pela incorporação do estudo da psicologia na análise do processo de decisão económico e o combate à ideia que as escolhas são racionais”.
O direito a errar
Um dos temas em análise no encontro foi o “direito cognitivo a errar”, com um princípio importante a ter em conta na formação dos recursos humanos.
“A expressão “direito a errar” surge do campo de investigação de Psicologia, nomeadamente da psicologia da aprendizagem. Segundo estas abordagens a aprendizagem só ocorre quando existe erro. Este tema foi introduzido pelo Prof. Leonel Garcia-Marques da Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa”, explicou Susana Almeida Lopes.
Em contexto de formação, isto significa que “é importante dar espaço aos formandos para experimentar e errar, não os sobrecarregando com ‘feedback’ constante e que iniba estes comportamentos”.
“O erro facilita a incorporação do conhecimento e a alteração do comportamento”, defendeu.
Durante o evento foi ainda entregue o Prémio Internacional VdA Academia 2017, dirigido a todos os estudantes universitários de Direito em Portugal, nos países de língua oficial portuguesa e nos países membros da OHADA.
O tema deste ano era “Redes Sociais: liberdades e limites”. O primeiro prémio foi entregue a António Pestana Araújo, um estudante português FDUL, com um trabalho sobre “Redes Sociais, Liberdades e Limites”.
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