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“Escritório do futuro será um local para colaboração”

Mike McDaniel, da tecnológica norte-americana DXC, diz que a experiência dos trabalhadores deve ser semelhante à que têm com as aplicações da sua rotina diária.
11 Julho 2021, 13h00

A DXC Technology fez uma colaboração estratégica com a Microsoft para criar a plataforma “MyWorkStyle” e disponibilizar às empresas uma experiência de trabalho mais personalizada e digital. O Jornal Económico entrevistou Mike McDaniel, vice-presidente e general manager de Modern Workplace da tecnológica norte-americana, para saber como a ferramenta ajuda a enfrentar os desafios de negócios em rápida evolução e as necessidades dos clientes e funcionários.

 

Iniciou funções como responsável por esta área, em meados de 2020, quando todos os locais de trabalho sofreram alterações circunstanciais. Que desafio acrescido gerou essa mudança?
Assistimos a uma grande mudança na área de espaço de trabalho moderno. Estou na DXC desde agosto e, ainda antes, há quase dois anos, olhámos para este negócio estrategicamente e dissemos: “isto é um negócio no qual realmente queremos estar?” “é um negócio cujo foco são investimentos na área certa?”. E aí fomos para o mercado, para observar e questionar o que estariam a dizer sobre o espaço de trabalho moderno. Ao longo desse processo, o que descobrimos foi que há uma espécie de seis ideias-chave que as empresas procuram mudar quando pensam no avanço das suas pessoas e das suas experiências. Primeiro, sabem que precisam de manter os seus empregados saudáveis e salvos por causa da pandemia. Segundo, as organizações estão a mover-se para um espaço de trabalho mais flexível – o que foi acelerado pela Covid-19 – e a permitir que os colaboradores estejam em sítios diferentes. Mas isso criou um problema, que é a terceira tendência de mercado: a segurança e o compliance tornaram-se mais importantes do que nunca. Basta vermos as notícias – e provavelmente também em Portugal – dos aumentos de ataques nos sistemas de TI. Antes 15-20% das reuniões eram por videochamada agora são 75%. Assim chegamos ao quarto ponto: há que ter capacidade de responder e de resiliência, ser capaz de trabalhar remotamente e manter-se seguro. Temos de saber como utilizar Zoom Teams ou WebEx. O Teams, do qual somos o maior instalador mundial, rapidamente se tornou o padrão na business arena. No fim está a redução de custos, apesar de ser secundário. Do total do orçamento para TI, os nossos clientes empresariais gastam cerca de 15-20% no segmento de modern workplace. É uma parcela grande.

 

Porque é que diz que a redução de custos se tornou secundária?
A redução de custos é relevante. Aliás, há várias questões relevantes nesta área, nomeadamente todos os serviços de apoio digital, como registas o trabalho que é executado nas tecnologias da informação, que envolve dinheiro e normalmente é controlada por um grupo de pessoas. Nalgumas empresas fazem contratos separados para isso. E vemos cada vez mais empresas que querem gastar o que é necessário para atualizar o seu hardware e vamos ter com pessoas que trabalham em máquinas com cinco, seis, sete ou oito anos que não se encontram no padrão atual. Normalmente recorrem às operações internas e não costumam fazer outsourcing, portanto há aqui uma oportunidade. Além disso, trabalhamos em toda a ideia em torno da colaboração inteligente e ajudar na gestão das licenças de software, gerir as subscrições que os clientes têm, o que os auxilia nos custos de manutenção. O que muitas vezes vemos é que a sua estratégia de compras é dispersa, envolve várias pessoas – designados de “shadow IT”. Queremos luz onde existem buracos. Na nossa plataforma colocamos num único agente que une a experiência do trabalho, olha para todas as áreas dispersas do espaço de trabalho e permite-nos orientar a automação e a informação de maneira a que as pessoas a recebam de numa linguagem menos tecnológica (“ITês”).

 

Defende que existe uma diferença entre a linguagem tecnológica e a dos trabalhadores. Como se faz esse casamento?
A experiência dos trabalhadores baseia-se muito na experiência comercial que têm em todo o lado, no seu quotidiano. Daria o exemplo de um telemóvel. As pessoas fazem download de aplicações no seu telemóvel que lhes dão acesso a coisas que querem, como entrar num Starbucks e agarrar logo no café que pediram pela app. Muita gente quando agora quer adquirir algo vai à Amazon e a compra aparece-lhe em casa. É muito comercial. Não é a experiência que sentem hoje em dia os colaboradores e queremos introduzi-la. O escritório do futuro irá mudar. Atualmente, é um sítio onde as pessoas entram para fazer o seu trabalho. No futuro, acreditamos que será um local para colaboração.

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