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Espanha impõe novas taxas à China e quem ganha é o Porto de Leixões

Administração central espanhola quer impor regras que afetam a importação de pescado congelado oriundo da China. O Porto de Vigo afirma que pelo menos 10% das importações serão desviadas para o Porto de Leixões.
8 Abril 2019, 09h55

Os novos obstáculos administrativos anunciados este mês pelas autoridades administrativas à importação de peixe congelado de países terceiros podem significar um desvio para o Porto de Leixões de até 60 mil toneladas de pescado. O presidente da Autoridade Portuária de Vigo, Enrique López Veiga, citado por vários jornais da região, entende que as novas instruções enviadas aos inspetores sanitários desde Madrid “causam um dano muito grande ao Porto de Vigo”, já que a China, principal país afetado, é o terceiro parceiro em importância no ranking daquela estrutura.

Por seu lado, os operadores ainda não entendem como aplicar as novas medidas, “que reduzem a competitividade de Vigo” em relação a infraestruturas semelhantes de outros Estados-membros.

Os órgãos competentes impuseram mais obstáculos administrativos às importações de peixe congelado de países terceiros e especificamente da China. De acordo com o texto – em vigor desde quarta-feira passada – 100% dos itens que chegam do gigante asiático passarão por um processo de verificação em que os operadores serão obrigados a fornecer uma cópia dos certificados de captura e a aprovação das autoridades chinesas não será mais suficiente.

“Que nos expliquem porque é que isso acontece em Espanha e não em outros países como Portugal”, pediu Lopez Veiga.

Só em 2017, Vigo movimentou cerca de 650 mil toneladas de peixe congelado, pelo que a perda de 60 mil toneladas representará quase 10% do tráfego. As autoridades do Porto de Vigo acusam a administração central (através da secretária da Sanidad Exterior) de estabelecer alterações que retiram competitividade em relação a outros Estados-membros e não descartam “tomar medidas técnicas e legais necessárias” para combater as medidas. Uma carta será enviada às autoridades de Madrid rejeitando as medidas adotadas.

O responsável do Porto de Vigo recordou que se houve violações pela China “deve ser a Comissão Europeia a tomar medidas” e não a Espanha de forma unilateral.

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