O primeiro-ministro, Luís Montenegro, disse que revelou todos o que havia para revelar sobre a sua vida patrimonial, incluindo a atividade da empresa Spinumviva, durante o debate da moção de censura, há uma semana [na sexta-feira], no Parlamento, durante a comunicação que fez este sábado, ao país. O governante admitiu apresentar uma moção de censura no Parlamento.
“O parlamento reprovou uma moção de censura, há uma semana, sobre a minha vida patrimonial e prestei todos os esclarecimentos devidos. Decidi partilhar a minha estratégia patrimonial e familiar dos últimos 15 anos”, disse o primeiro-ministro. O governante disse ainda que sobre a empresa que criou revelou os seus clientes e faturação e o trabalho que prestou.
“Para alguns os esclarecimentos não foram suficientes. Nunca serão suficientes”, disse Montenegro.
“A empresa [Spinumviva] tem know-how, tem pessoas especializadas, e tenta garantir a conformidade com os dados de segurança. Empresas como a Solverde que tratam e gerem bases de dados de cliente de hotéis, de salas de jogo física, com transações financeiras, com regras de limitação de idade, de combate a fraude, de deturpação de identidade. Tudo isso precisa de acompanhamento técnico”, disse Montenegro.
“Portugueses eu confio no vosso critério”, disse o primeiro-ministro.
“Está tudo nas minhas declarações de interesses. Fui eu que criei com os meus filhos esta estrutura. Não pratiquei nenhum crime nem cometi nenhuma falha técnica”, afirmou Montenegro sobre a sua situação familiar e empresarial.
“Se o sistema político não aceita nem controla a conciliação entre a vida familiar e a vida política nós vamos ter políticos sem passado e ter políticos sem futuro profissional. Nunca cedi a nenhum interesse particular face ao interesse público e geral. E assim vai continuar a ser. Se houver conflito de interesses não vou participar nas respetivas decisões”, disse Montenegro.
Montenegro destacou o bom momento que Portugal atravessa e alertou que a crise política “deve ser evitada” mas “poderá ser inevitável”.
O primeiro-ministro disse “não resta nenhuma dúvida que está em exclusividade total” no Governo, e salientou que tem assegurado com os membros do governo a “estabilidade”, e mostrou-se “disponível para um escrutínio saudável e democrático”
Contudo o governante disse que “não estará a qualquer custo” e afirmou que a “questão política tem de ser clarificada”, e admitiu poder apresentar no Parlamento uma moção de confiança.
Montenegro disse ainda que a empresa familiar “vai ser totalmente gerida pelos meus filhos” e “mudará a sua sede”
Atualizado às 20h22
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