[weglot_switcher]

“Estamos bastante preocupados”. Agentes de viagens apelam a CEO da TAP para manutenção de delegado em Angola

Decisão de centralizar operações em Lisboa e deixar de ter country manager em Angola preocupa a Associação das Agências de Viagens deste país, facto que levou a associação a apelar a Luís Rodrigues para que reverta a decisão: “Todas as companhias que têm voos regulares para Luanda têm um delegado em Angola”.
12 Junho 2023, 12h00

As agências de viagens que operam em Angola mostram grande preocupação face à decisão da TAP de alterar a sua estratégia para o mercado africano, algo que levou a associação que representa estas agências a escrever ao novo CEO da TAP, Luís Rodrigues, numa carta remetida a 8 de julho.

Tal como o JE avançou em exclusivo na última edição, a companhia aérea procedeu há poucos dias à alteração da estratégia para África com a centralização desta operação em Lisboa e a não designação de substituto para o atual country manager para Angola e Moçambique. A agravar esta situação está o facto desta decisão ter sido tomada por Silvia Mosquera, a administradora da TAP que está a poucos dias de deixar a companhia aérea.

Gestora demissionária da TAP acabou com direção em Angola

Em declarações ao JE, Rui Nogueira, presidente da Associação das Agências de Viagens de Angola (AAVA), confirma o envio da carta para o novo CEO da TAP e confirma que estas decisões da companhia aérea preocupam a associação. “Gostava que a TAP ponderasse melhor estas alterações porque estamos a entrar numa altura de pico e esse aspeto é muito importante”, realça.

“Todas as companhias que têm voos regulares para Luanda têm um delegado em Angola”, recorda Rui Nogueira ao JE.

“Se não houver um substituto local isso preocupa-nos porque Angola tem especificidades na maneira de fazer as coisas e receber a informação por supostos intermediários altera sempre a informação. Depois tomam-se decisões a partir de uma realidade que pode não ser a mais real”, começou por explicar Rui Nogueira ao JE.

Este responsável confirma que Luanda “é uma rota muito importante para a maioria das agências de viagens, se não a mais importante” e que o momento para alterar os procedimentos não podia ser pior: “Julho e agosto são períodos de picos desta rota, algo que coincide muitas vezes com cancelamentos, greves, alterações… se não houver um decisor local, pode correr mal. E se correr mal, isso vai afetar as agências e por isso estamos bastante preocupados”.

Sendo a TAP “uma das principais companhias para todas as agências de viagens IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo)”, Rui Nogueira destaca que, além da vertente comercial, existe um aspeto ainda mais decisivo para estas empresas: “Ainda mais importante é a segurança de que a rota funciona tranquilamente porque a rota não funcionar, deixaremos de vender”.

Este dirigente não tem dúvidas de que “é muito importante que exista essa estabilidade para o sucesso da rota” e avisa: “Se houver um bom relacionamento comercial, as agências dão primazia a uma venda da TAP. Caso contrário, essas vendas passam para o segundo plano”.

A importância estratégica do mercado angolano para a companhia aérea fica patente com a inauguração (em maio) de uma nova rota que liga diretamente o Porto a Luanda com dois voos semanais com capacidade para um total de 298 passageiros.

RELACIONADO
Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.