[weglot_switcher]

Estratégia Digital Nacional é um “grande desafio coletivo”

Em declarações ao JE, Sandra Fazenda Almeida, diretora executiva da APDC, defende que é preferível focar a ambição “em poucos mas cruciais pontos”.
16 Dezembro 2024, 07h00

O Governo aprovou a Estratégia Digital Nacional (EDN), que tem um horizonte de aplicação até 2030 e que prevê que até lá 80% das pessoas tenham competências digitais básicas, e um plano de ação para 2025 e 2026. “Trata-se de um documento essencial para perspetivar o nosso futuro, cada vez mais digital. Assume-se como um grande desafio coletivo, que requer um alinhamento estratégico, uma execução eficaz e o envolvimento de todos os setores da sociedade, sem exceção”, diz Sandra Fazenda Almeida, diretora executiva da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC) ao Jornal Económico.

A responsável acrescenta que a transformação digital depende de três pilares: pessoas, processos e tecnologia. “Para superar as principais fraquezas do país no digital, é essencial investir no aumento da literacia digital, otimizar os processos (como a simplificação e interoperabilidade dos serviços públicos), promover uma integração mais eficiente entre dados públicos e privados para decisões mais informadas e acelerar a adoção estratégica das tecnologias emergentes. Pelo que defendemos que é preferível focar a ambição em poucos mas cruciais pontos, para garantir escala e impacto. E, por essa via, resultados concretos”.

Na lista elaborada pelo instituto suíço IMD – Institute for Management Development (e a Porto Business School a nível nacional) , Portugal subiu um lugar no ranking mundial de Competitividade, onde passa a ocupar a 35ª posição, entre as 67 economias mundiais avaliadas. Com este resultado, o país regista uma evolução positiva na tabela classificativa deste relatório pelo segundo ano consecutivo. “A subida de Portugal neste ranking, pelo segundo ano consecutivo, reflete o compromisso do país com a transformação digital e a qualidade dos nossos talentos. O que é evidenciado pelas melhorias registadas nas áreas de Conhecimento e de Tecnologia. Agora, há que avançar e melhorar cada vez mais em todos os indicadores”, acrescenta Sandra Fazenda Almeida.

Entre as três diferentes categorias avaliadas, Portugal melhorou em duas delas. Por outro lado, o país desceu uma posição no indicador ‘Preparação para o futuro’. “É essencial aumentar os incentivos à mobilidade internacional e reforçar a qualificação contínua, com foco nas competências digitais e em experiências globais. Portugal tem mostrado bons resultados no programa Erasmus, mas há casos, como o IST, em que os alunos de licenciatura só podem candidatar-se a programas de mobilidade no último ano. O que limita a ‘Experiência internacional’ e destaca a necessidade de uma abordagem mais inclusiva em instituições de referência. Esta questão, aliada à sub-representação de profissionais portugueses em instituições europeias, evidencia bem a importância das estratégias para ampliar as oportunidades de mobilidade”, conclui a responsável.

RELACIONADO
Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.