Sob o mote dos “amores proibidos”, o festival Operafest apresenta a estreia nacional da ópera de câmara Julie, interpretada pelo Ensemble Orquestral da Beira Interior, naquela que é a primeira colaboração com a Culturgest como parceiro de programação do Operafest 2025.
Esta obra-prima do século XXI, do compositor belga Philippe de Boesmans, a partir da peça “Menina Júlia” do dramaturgo sueco August Strindberg, aborda a luta feminina pela equidade e a rebeldia e transgressão, como actos de resistência. Na véspera do dia de São João, Julie seduz o valete do conde, seu pai, na mesma noite em que o seu noivado é rompido. Numa luta de classes e de sexos, em que o elo social mais forte perde, Julie evoca a emancipação, rebeldia e desespero femininos, desafiando os limites da sua classe e do seu sexo, ao seduzir e manipular o criado Jean que afinal tem planos muito bem definidos para o seu futuro, invertendo inesperadamente a situação com um desenlace trágico.
Trata-se de uma reflexão sobre o que move o ser humano, sobre o que o aprisiona e liberta, protagonizada pela carismática meio-soprano francesa Julia Deit-Ferrand, por Michal Marhold no papel de Jean, e Camila Mandillo (Kirstin), com a encenação e cenografia da encenadora alemã Daniela Kerck, recentemente aclamada pela sua marcante encenação de “Turandot” de Puccini, que aqui se estreia, em Portugal.
O espetáculo estreia nos dias 5 e 6 de setembro na Culturgest e conta com a direção musical do maestro Bruno Borralhinho, acompanhado pelo Ensemble Orquestral da Beira Interior, numa coprodução com a Artway, responsável pelo Beyra Laboratório Artístico.
O que é o BEYRA Laboratório Artístico?
Esta plataforma inovadora dedica-se a apoiar jovens músicos em início de carreira, com o objetivo de criar oportunidades profissionais de desenvolvimento artístico na região da Beira Interior. Segundo a plataforma, o crescimento da adesão do público tem sido acompanhado pelo interesse de parceiros institucionais, o que atesta “a relevância deste projeto numa região de enorme potencial económico, social e cultural”. No entanto, o mesmo “ainda carece de estruturas que promovam a profissionalização e a fixação de talento artístico”, salienta em comunicado.
O Ensemble Orquestral da Beira Interior, por sua vez, nasceu do BEYRA e reúne jovens músicos dos 18 aos 27 anos. O seu foco é a criação contemporânea, que se traduz em estreias e encomendas a compositores como Carlos Azevedo, Luís Tinoco, Luís Cipriano, Vasco Mendonça, Pedro Lima, Carlos Caires e Sara Ross, além de colaborar com solistas de renome, como António Rosado, João Barradas e Filipe Quaresma.
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