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EUA: Vinte estados processam agência ambiental por afrouxar restrições à emissão de metano

No rescaldo dos devastadores incêndios florestais que assolaram a costa oeste nos últimos tempos, mas também devido às inundações no sul e aos tornados a leste, 20 estados e quatro municípios estão a processar a administração Trump e a Agência para a Proteção Ambiental.
  • Donald Trump
15 Setembro 2020, 07h40

Vinte estados e quatro municípios norte-americanos vão processar a Agência de Proteção Ambiental (EPA) pela sua decisão de desmantelar as limitações às emissões de metano pelas indústrias petrolífera e do gás natural. Em comunicado, esta coligação explica que esta decisão coloca em causa a saúde pública ao acelerar os efeitos das alterações climáticas, como são exemplo os incêndios devastadores na costa oeste dos EUA nas últimas semanas.

No mês passado, a EPA revogou as políticas da administração Obama relativamente aos limites de metano, um gás com 25 vezes maior capacidade de reter calor do que o dióxido de carbono, proveniente da extração de petróleo e gás natural, bem como do seu processamento e armazenamento.

“A emergência climática é cada vez mais uma emergência de saúde pública. O preço a pagar pelo desastre natural que enfrentamos na forma de fogos florestais sem precedentes é cada vez mais expresso em vidas humanas”, declarou Xavier Becerra, Procurador-Geral da Califórnia, o estado que lidera a coligação. “Não deixaremos que a EPA arruíne regulamentos críticos e permita que superpoluentes como o metano destruam a nossa atmosfera”, continuou.

A coligação junta à Califórnia estados como o Oregon ou Washington, também brutalmente afetados pelos incêndios florestais deste ano, ou o Novo México, onde a produção de gás e petróleo tem vindo a acelerar. Também as cidades de Denver e Chicago, bem como os respetivos estados do Colorado e Illinois, se juntaram ao processo. Todos os governantes associados à coligação são democratas.

A decisão, tomada sob a esfera e com o aval da administração Trump, insere-se numa série de alívios em restrições ambientais em detrimento de atividades económicas mais agilizadas e sujeitas a menor controlo. O presidente já culpou os fogos de dimensões extraordinárias da costa oeste numa má gestão da área florestal por parte dos governadores dos estados envolvidos.

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