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EUA: Republicanos continuam convencidos de que Trump ganhou eleições de 2020

Os resultados são sensivelmente os mesmos de uma sondagem idêntica realizada perto das eleições. E esse pode ser um problema sério para a administração Biden – nomeadamente nas eleições intercalares.
1 Julho 2021, 18h10

De acordo com uma sondagem recente da agência Reuters/ Ipsos, meio ano depois da tomada de posse do democrata Joe Biden como presidente dos Estados Unidos, a maioria dos republicanos ainda acredita que o anterior presidente Donald Trump venceu as eleições presidenciais em 2020. E culpa Joe Biden de ter convencido o país que as alegações de ilegalidade eram infundadas.

A sondagem nacional, realizada de 17 a 19 de maio, indica que 53% dos republicanos acredita que Trump, candidato do partido, é o “verdadeiro presidente”, em comparação com 3% dos democratas – ainda assim um indicador ainda mais inesperado – e 25% de todos os norte-americanos.

Cerca de 25% dos adultos entrevistados acredita que a eleição de 3 de novembro de 2020 foi manchada por votações ilegais, incluindo 56% dos republicanos. Os números são muito semelhantes aos de uma sondagem realizada de 13 a 17 de novembro – que indicava que 28% de todos os norte-americanos e 59% dos republicanos consideravam Trump como o presidente eleito.

O facto de o estudo mais recente ser idêntico àquele que foi feito na semana seguinte às eleições é considerado, para os analistas, preocupante. Não só porque demonstra que as teses de Trump continuam ativas – apesar de todas as evidências em contrário e de todas as decisões dos tribunais – mas porque pode implicar um crescente divórcio entre democratas e republicanos, que em várias situações poderá bloquear a governação. É que é preciso recordar que o Senado está ‘partido a meio’.

Por outro lado, o facto de os números serem constantes indica que as votações intercalares do próximo ano serão renhidas ou podem mesmo pender para o lado dos republicanos, o que colocará novos desafios à administração Biden. Nada que o próprio não conheça por experiência própria: o presidente Obama, de quem Biden era vice-presidente, também teve de governar parte dos dois mandatos com um Congresso que lhe era hostil.

E os resultados foram evidentes: Obama passou parte substancial do seu tempo envolvido em guerras de bastidores com os republicanos, ao mesmo que não conseguia colocar no terreno o seu próprio programa – o Obamacare e a nova política contra a compra de armas por parte da população são só dois dos exemplos possíveis.

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