As vendas a retalho nos EUA recuaram mais do que o esperado em dezembro, caindo para o valor mais baixo dos últimos dez meses e espelhando as disrupções causadas pela variante Ómicron durante a época festiva. A descida de 1,9% em cadeia supera largamente a queda esperada de 0,1%, isto no mês a seguir a um avanço de apenas 0,2%.
Estes resultados sinalizam uma menor apetência para os gastos pelos consumidores americanos, um fenómeno que poderá ter impacto no crescimento esperado para este ano, caso se prolongue por 2022.
O departamento de análise económica e financeira do banco ING projeta isso mesmo, especialmente tendo em conta que os dados provisórios de janeiro não mostram uma melhoria ao nível, por exemplo, do movimento dos cidadãos nem das refeições em restaurantes, duas métricas úteis para inferir tendências no comércio a retalho.
Similarmente, este resultado leva já a Pantheon Macro a questionar a sua estimativa de 7,0% para o crescimento no final do último trimestre do ano, dada a importância do consumo no PIB da maior economia mundial.
Este resultado foi transversal à maioria das categorias, com as vendas online a sofrerem um dos maiores impactos, recuando 8,7%. Havia alguma expectativa quanto à possibilidade dos consumidores americanos privilegiarem o comércio online durante a época festiva, dada a rápida propagação da variante Ómicron, mas também este segmento viu um decréscimo.
Outro fator a pesar nesta descida prende-se com a inflação, cujas elevadas leituras significam uma perda do poder de compra real das populações, mas a Pantheon lembra que o rendimento líquido dos americanos até tem vindo a crescer, depois das assinaláveis transferências de liquidez recebidas do Governo federal durante a pandemia.
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