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Exclusivo: Greve de estivadores no terminal de contentores de Sines está a causar quebras de 25%

Fonte oficial da concessionária do terminal, da PSA de Singapura, garantiu ao Jornal Económico que a quebra de mercadorias movimentadas até ao momento já está a sofrer uma quebra de 25% face ao período homólogo de 2018. Uma queda que se pode agravar até ao final do ano.
14 Agosto 2019, 16h38

Enquanto a generalidade dos portugueses se concentra nos impactos da greve dos camionistas no abastecimento de combustível, existem outras paralisações com efeitos potencialmente nefastos para a economia nacional.

O Sindicato XXI, mais um sindicato que se afirma como independente, está desde maio passado em greve às horas extraordinárias, como o Jornal Económico avançou em primeira mão.

Nas últimas semanas, a situação agravou-se, porque o Sindicato XXI decretou uma nova greve, a três horas de trabalho por cada turno de trabalhos dos estivadores.

Fonte oficial da concessionária do terminal, da PSA de Singapura, garantiu ao Jornal Económico que a quebra de mercadorias movimentadas até ao momento já está a sofrer uma quebra de 25% face ao período homólogo de 2018. Uma queda que se pode agravar até ao final do ano.

Face a esta situação, a fonte oficial da PSA contactada pelo Jornal Económico garante que a empresa vai ter de despedir, pelo menos uma centena de estivadores.

Em termos de receitas, as quebras já vão em nove milhões de euros.

“Entre o início do ano e finais de Julho, deveriam ter sido movimentados no Terminal XXI cerca de 1,1 milhões de TEU [medida-padrão equivalente a contentores com 20 pés de comprimento]. Infelizmente, e com um contributo significativo das três greves que tivemos até agora, apenas foram movimentados 800 mil TEU”, lamenta-se esta fonte oficial da PSA Sines, concessionária do Terminal XXI, em declarações ao Jornal Económico.

Segundo este responsável, a redução prevista de movimentação de contentores neste terminal dedicado do porto de Sines será superior a 25% no final deste ano em comparação com o período homólogo de 2018.

“Num contexto atual, onde existem vários terminais a ‘concorrer’ pelos volumes movimentados em Sines (Valência, Barcelona, Algeciras e Tanger Med), mais do que o impacto nos dias de greve em si, o principal problema está associado às repercussões/consequências a médio e longo prazo, uma vez que as ligações que sustentam o negocio de ‘transhipment’ não são facilmente recuperáveis, ainda mais num contexto de instabilidade laboral”, sublinha a mesma fonte da PSA Sines”.

De acordo com este mesmo responsável da concessionária do terminal de contentores do porto de Sines, “no imediato, é esperado que este contexto sustente um impacto de aproximadamente  nove milhões de euros em serviços desviados para outros terminais na região”.

“Esta situação, somada ao facto da força de trabalho da PSA Sines ser interna – com mais de 80% dos trabalhadores com vínculo de efetividade – vai implicar que os custos fixos terão infelizmente de ser adaptados para garantir a sustentabilidade necessária não só para o presente, mas também para o futuro”, alerta o mesmo responsável.

A primeira greve decretada pelo Sindicato XXI foi convocada no período entre 2 de 4 de maio, com paragem total.

Depois, foi convocada uma greve entre 2 de Maio e 4 de outubro às horas extraordinárias de trabalho.

A terceira paralisação marcada pelo sindicato XXI, a três horas em cada turno de trabalho, a última das greveds conhecidas, foi agendada de 12 a 24 de agosto.

Desde 24 de Agosto que o Sindicato XXI decretou uma greve, que se iniciou no dia 12 de Agosto (três horas por turno).

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“sublinha a mesma fonte da PSA Sines”, destaca a mesma fonte”

 

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