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Exportações com uma “evolução positiva” em ano de incerteza

Especialistas temem uma crise económica, mas acreditam que o sector será um “caminho alternativo” para as empresas. Inovação tecnológica é fundamental para as seguradoras de crédito. Rodolfo Alexandre Reis
18 Março 2023, 08h00

1. O que podemos esperar em termos de evolução das exportações portuguesas em 2023? 2. As soluções que existem a nível de seguros de crédito à exportação e de seguros de mercadorias vão ao encontro das necessidades do mercado? Quais as novas tendências?

Paulo Morais
Regional Manager
Crédito y Caución Portugal e Brasil

1. As exportações portuguesas são de vital importância para a nossa economia e têm crescido de forma consistente nos últimos anos, potenciadas pela diversificação das empresas e setores exportadores, mas também pela procura de novos mercados de destino para os nossos bens e serviços, em especial para mercados emergentes e economias exteriores à União Europeia. Após uma queda acentuada em 2020, por efeito da pandemia de COVID-19, as exportações portuguesas têm recuperado com destaque para os setores têxtil, vestuário e calçado, pasta de papel e produtos de papel, bens alimentares, produtos metalúrgicos, veículos automóveis, químicos, produtos de plásticos e de borrachas, ou o setor de madeira e do mobiliário. Tradicionalmente, as exportações portuguesas estavam muito centradas em produtos como o vinho, o azeite, o calçado ou os têxteis, por isso, a diversificação que se tem vindo a fazer é uma evolução muito positiva que deverá ser apoiada e continuada no sentido de agregar setores cada vez mais ligados à inovação e com maior valor acrescentado. Apesar da imprevisibilidade e da incerteza da economia global, que enfrenta importantes fatores adversos, como a continuada guerra na Ucrânia, as tensões geopolíticas ou as flutuações cambiais, acreditamos que haverá em 2023 um continuar da evolução positiva das exportações nacionais que em 2022 atingiram a meta de 50% do PIB. No plano nacional, 2023 ficará certamente marcado pela deterioração do poder de compra das famílias, decorrente da subida das taxas de juro, com forte impacto nos custos com a habitação, por exemplo, e pela subida dos preços dos bens e serviços, condicionando o crescimento do consumo interno. As exportações evidenciam-se, assim, como um caminho alternativo viável para muitas empresas nacionais que irão procurar compensar com vendas a crédito para o exterior a esperada queda do consumo interno. Cá estaremos para as ajudar a identificar novos mercados e novos potenciais clientes e a gerir os riscos das suas operações a crédito, com as nossas ferramentas e o nosso conhecimento assenta nos inputs de milhares de empresas em mais de 50 mercados.

2. Sim, cada vez mais as soluções existentes se moldam às necessidades reais do mercado e às especificidades das empresas seguradas seja em respostas às especificidades de dimensão, de setor ou de mercados de expansão. Essa tem sido a aposta da Crédito y Caución nos últimos anos no sentido de desenhar e disponibilizar, de forma ágil, eficiente e segura, soluções de seguro de crédito que respondem às necessidades de empresas de grande ou pequena dimensão, que operem em setores mais tradicionais ou mais disruptivos, e que procurem apoio para concretizar operações a crédito em mercados que saem fora do perfil habitual de mercados exportadores. Isso tem sido feito com soluções mais personalizadas, que agregam valor acrescentado e que vão além das garantias de indemnização em caso de incumprimento. Incluem serviços de prospeção, serviços de alerta, serviços de análise de desempenho ou informações de mercados assente em plataformas online que conferem rapidez e garantem segurança. O uso da tecnologia e da informação, como os meta dados, o blockchain, a AI ou o metaverso, está a tornar os seguros mais acessíveis e fáceis de aceder e utilizar. Essa é uma tendência irreversível e que se continuará a afirmar em paralelo com a crescente personalização das soluções de acordo com as necessidades específicas das empresas.

Rita Lacerda
Diretora Geral
da Cesce Portugal

1. Segundo dados do INE, as exportações portuguesas aumentaram 23,1% no ano de 2022 face ao ano anterior. E comparando com 2020, as exportações aumentaram 45,7%.
No entanto, o mesmo Instituto divulgou o resultado de um inquérito junto das empresas portuguesas e estas perspetivam um crescimento de 1,1% nas suas exportações de bens em 2023, face ao ano anterior. Este dado deve ser encarado como uma tendência. As perspetivas das empresas refletem também um elevado grau de incerteza quanto aos desenvolvimentos da conjuntura internacional e o consequente impacto na procura de bens e flutuação dos preços.
Mas também na Cesce estamos a verificar esta tendência com os dados de vendas comunicadas neste inicio de 2023. Daí a importância da utilização do seguro de crédito: não só proteger as empresas do risco de incobráveis e atrasos de pagamento, mas também e essencialmente para potenciar as vendas, procurar novos clientes, novos mercados, novas geografias.

2. Os produtos de seguro de crédito oferecem a cobertura de risco de crédito, apoiam a tomada de decisões de venda, a introdução em novos mercados e facilitam o acesso ao financiamento. Na Cesce primamos pela inovação e diferença também nos nossos produtos, não nos limitamos ao seguro de crédito tradicional. Apoiamos a internacionalização através de distintas apólices de seguro de crédito, onde o segurado pode ser uma empresa ou um Banco que financia. Temos soluções de seguro de crédito com taxa fixa, mas também com taxa variável consoante o risco do devedor. A nossa solução mais completa é o produto Master Ouro integral, que permite a cobertura de risco de crédito e monitorização de toda a carteira de clientes, com uma cobertura de 95% das faturas, pagamento das indemnizações em dois meses e sem limite máximo de indemnização anual. Temos também apólices mais flexíveis, como a Master Ouro Flexível, que permite aos nossos segurados selecionar quais os clientes e riscos que querem ou não segurar, não sendo obrigatório colocar no seguro a totalidade de clientes a crédito e sem prémio mínimo obrigatório. Por outro lado, temos um produto de gestão simplificada e com menos carga administrativa de gestão, a Apólice Fácil, que é dirigido às pequenas e médias empresas que queiram segurar vendas até 5 milhões de euros e realizar toda a gestão integralmente online, com um prémio fixo ajustado ao volume de faturação e que também incorpora o serviço de gestão de recuperação da dívida. Um outro desafio vai ser a ad’aptação à digitalização global. A pandemia não fez mais do que acelerar uma tendência à modernização que já se estava impondo de forma imparável em todo mundo. O desenvolvimento informático tanto das seguradoras como das empresas seguradas, prestação de serviços on-line e utilização desses serviços por parte dos clientes, é essencial.

Diogo Teixeira
Head of Credit
da AON Portugal

1. O ano de 2023 será um ano de incerteza como consequência da forte inflação, juros elevados, energia mais cara, a disrupção das cadeias logísticas e as tensões geopolíticas acrescidas. A desaceleração da economia será maior na Europa sendo que as previsões para Portugal não são tão negativas. As expectativas para as exportações para Portugal é que cresçam cerca de 1,6%, mas com uma possibilidade de redução dada a fragilidade das previsões. As exportações devem crescer ao nível dos nossos parceiros comerciais (Zona Euro e EUA). Num recente inquérito da Aon, 79 por cento dos líderes e executivos de topo da C-SUITE esperam uma recessão, embora apenas 35 por cento se sintam “muito preparados” para a mesma. Na atual crise de liquidez com o aumento das taxas de juro e os preços inflacionados das mercadorias, o papel do seguro de crédito nunca foi tão relevante como agora. Os principais bancos centrais, liderados pela Reserva Federal dos Estados Unidos, continuam a ser resolutamente agressivos para conter a inflação. Quebrando o ambiente de taxas de juro baixas que prevaleceu após a crise financeira global (2008-2009), particularmente nas economias avançadas, a maioria deles (Estados Unidos, Canadá, Europa, Reino Unido, Austrália, etc.) já regressaram a níveis de taxas de juro invisíveis na última década. A economia chinesa está a passar por dificuldades: a crise imobiliária ainda está bem presente e a política de “COVID zero” continua a penalizar a atividade interna, com repercussões nas cadeias de abastecimento na Ásia, Europa, América e África. Após dois anos de decréscimos, é de esperar uma aceleração generalizada nas insolvências de empresas a nível mundial, com as estimativas atuais a situarem-se em +10 por cento em 2022 e +19 por cento em 2023. Com o objetivo de manterem a tendência de crescimento nas exportações, as empresas portuguesas têm de se focar nos mercados com maior apetite e na diversificação dos mercados com quem operam. Esta solução poderá comportar alguns riscos face ao desconhecimento do mercado e dos potenciais clientes. No entanto recorrendo a solução de seguro de crédito poderão ter acesso à informação dessas empresas e mitigar esse risco com uma cobertura de risco de crédito.

2. Hoje o mercado à exportação exige que as empresas portuguesas se mantenham informadas e que consigam mitigar o risco de crédito. As soluções existentes estão preparadas para os desafios que aí vem. Já este ano verificamos duas insolvências de dois grandes grupos económicos, uma no Brasil e outra na Alemanha. Nada fazia esperar este cenário onde as seguradoras de crédito mantinham níveis de cobertura elevados. A nossa solução ilustra como as soluções de crédito podem ser adaptadas tanto para os intervenientes na compra como para os intervenientes na venda de transações: reduzir o custo de capital; facilitar soluções extrapatrimoniais para pedidos de garantias relacionadas com transações; permitir financiamentos adicionais a curto prazo; encurtar o ciclo de conversão de dinheiro para ativos e carteiras individuais. As soluções existentes, são vastas e amplas e ao mesmo tempo tailor made de forma a adequarem-se a todas as realidades. Estas passam por seguro de créditos tradicionais onde contemplam a totalidade da carteira, soluções de top-up exclusivas que permitem aumentar os limites de crédito (numa carteira já coberta por uma apólice de seguro de crédito). Soluções para garantir o risco de crédito numa percentagem da carteira de clientes, soluções de cobertura de risco de crédito pontuais, soluções de single buyer e single risk para necessidades de médio e longo prazo. Como sempre, o papel da nossa equipa de Soluções de Crédito é assegurar que cada cliente Aon esteja mais bem informado, melhor aconselhado, e capaz de tomar as melhores decisões em torno das nossas soluções. O apetite e a capacidade das seguradoras (Exposição Potencial Total) têm continuado a aumentar, aumentando para satisfazer as necessidades dos clientes no ambiente comercial pós-pandémico, refletindo o aumento dos preços das mercadorias e os efeitos da pressão inflacionista. A capacidade limite de crédito agregada dos transportadores excede agora a pré-pandemia, com uma recuperação verificada em todas as regiões geográficas e nomeadamente nas Américas, APAC, e nos sectores comerciais de eletrónica, química, metais, construção e transporte/logística. As seguradoras de crédito estão agora a preparar-se para um regresso a condições de subscrição mais normais relacionadas com o ciclo económico e face aos ventos contrários e aos efeitos recessivos que estão a começar a realizar-se. Esta tendência ascendente e crescente de expansão da cobertura pode continuar a uma taxa mais baixa a curto prazo e a um patamar sempre elevado durante 2023. Ao mesmo tempo, o mercado continua a inovar para fornecer capacidade e soluções relacionadas com algumas das mais complexas e maiores exposições ao risco, através da adoção de novas tecnologias para melhorar o processo e a tomada de decisões, também face aos temas dos ESG, uma vez que a indústria procura apoiar a transição para um impacto nulo.

Acácio Ferreira
Director Credit and Surety Insurance
da Willis Towers Watson em Portugal

1. É do conhecimento geral que os tempos de grande volatilidade e de incerteza são a realidade atual e futura, pelo que é difícil apresentar previsões. As empresas já se habituaram a viver e a gerir com constante alteração de cenários decorrente dos mais diversos fatores, seja por questões geopolíticas, de alterações climáticas, de saúde pública, pelo que é difícil apresentar previsões. Após uma expectativa de forte retração económica mundial motivada pela resposta dos Bancos Centrais à inflação, estamos num momento menos pessimista em que se prevê uma redução do crescimento económico internacional, mas menos acentuado. Não obstante esta estimativa é certo que o comércio internacional irá ressentir-se e, portanto, as exportações portuguesas tenderão a ver o ritmo do seu crescimento a retrair-se. Verificamos no último semestre do ano de 2022 que determinados sectores exportadores, por exemplo o têxtil, sentiram uma forte retração da procura internacional que ainda se mantém. Noutros sectores o impacto não foi mais visível porque o aumento dos preços permitiu minimizar o efeito da contração ao nível do volume. Este efeito está a atenuar-se dada a gradual estabilização dos preços. No entanto, existem alguns sectores que foram capazes de reforçar a sua capacidade competitiva internacional e que continuarão a apresentar bons resultados em termos de exportação. Será importante que os exportadores portugueses continuem o esforço de investimento no sentido de responderem de uma forma eficaz a algumas exigências do mercado internacional que são fundamentais para a competitividade e sua sobrevivência. As empresas portuguesas têm imperativamente de responder a tendências do mercado tais como: a preocupação / comportamento dos consumidores com a oferta de produtos sustentáveis e com uma “pegada” ecológica nula, a adaptação aos novos paradigmas energéticos, como por exemplo na indústria automóvel, à alteração dos padrões de consumo / forma de distribuição. Seria interessante que o PRR pudesse contribuir significativamente para este objetivo.

2. As soluções tradicionais de Seguro de Crédito neste momento estão a responder razoavelmente às necessidades dos exportadores. Verificou-se nos últimos tempos uma preocupação das Seguradoras em adaptar a sua capacidade ao aumento dos pedidos decorrentes do forte aumento dos preços. Neste momento, a tendência de aumento de preços atenuou-se o que conjuntamente com a redução da procura em determinados sectores de atividade permite um ajustamento entre as necessidades dos exportadores e a oferta no mercado de Seguro de Crédito. Verifica-se também que o mercado de Seguro de Crédito mantém-se bastante competitivo em termos de condições económicas oferecidas às empresas, pelo que continua a ser um instrumento fundamental para promover o crescimento das vendas de uma forma segura. Contudo, vivemos um período de enorme volatilidade, em que as necessidades mudam constantemente e de uma forma extremamente rápida, pelo que existem sempre situações em que os pedidos das empresas superam a capacidade das Seguradoras. Em resposta algumas estão a disponibilizar soluções de cobertura complementares que respondem de uma forma satisfatória mas com custos acrescidos que nem sempre são comportáveis. As Seguradoras têm procurado alargar a oferta para novos segmentos, como por exemplo as pequenas empresas, com a apresentação de soluções simplificadas e competitivas. O Estado português disponibiliza também soluções interessantes para países fora da OCDE, não obstante apresentarem alguma dificuldade em termos de rapidez de resposta. No mercado de Seguro de Crédito verificamos o aparecimento de novas necessidades e preocupações para as quais começam a existir soluções mas que nem sempre estão disponíveis no mercado português. Uma das vertentes em que as Seguradoras têm vindo a desenvolver esforços é na modernização das suas plataformas tecnológicas no sentido de autonomizar os processos e adicionalmente permitir uma integração de sistemas com as empresas, o que permite uma simplificação dos procedimentos, a redução dos custos e a minimização de possíveis erros. Cada vez mais as Seguradoras de Crédito vão disponibilizar produtos que permitem a gestão deste instrumento de uma forma completamente integrada entre os sistemas. Uma preocupação das empresas portuguesas para a qual existem já soluções no mercado internacional de Seguro de Crédito é a oferta de limites de créditos não canceláveis, que permitem uma grande estabilidade e segurança no relacionamento com clientes, muito importante em períodos de forte incerteza. O e-comércio assume cada vez maior relevância no comércio internacional, sendo que neste momento existe pelo menos uma solução que permite efetuar transações a crédito com Seguro. Normalmente, as plataformas B2B de comércio eletrónico exigem pagamento imediato das compras. É possível oferecer já uma solução que permite às empresas disponibilizar a opção de pagamento a crédito aos seus clientes empresariais com Seguro de Crédito, o que é uma ferramenta comercial poderosa para potenciar fortemente as suas vendas, alargando o leque de clientes e o volume de encomendas. Existem também determinados sectores em que a volatilidade dos mercados motivou um aumento de contratos entre fornecedores e clientes com prazos alongados e que muitas vezes ultrapassam os 12 meses, pelo que surge a necessidade de encontrar uma solução que permita segurar os mesmos. Esta é uma preocupação para a qual já existem soluções a nível internacional, mas que exigem uma dimensão elevada e com custos altos o que a torna pouco acessível às empresas portuguesas. Uma necessidade que recorrentemente tem sido colocada no mercado português e para o qual a resposta é difícil é a possibilidade de garantir as vendas para um só comprador. No mercado internacional de Seguro de Crédito existem soluções disponíveis, mas nem sempre a dimensão mínima exigível ou os custos permitem aos exportadores portugueses a sua utilização.

José Monteiro
Country Manager da Coface
em Portugal

1. Sabemos que neste momento enfrentamos um enquadramento internacional menos favorável. Por essa razão, e de acordo com as perspetivas da Coface, a atividade económica em Portugal irá abrandar em 2023, devido à forte desaceleração do consumo das famílias, que assistem à redução do seu poder de compra devido à elevada inflação, e cuja a confiança estava, no final de 2022, no seu nível mais baixo desde a crise financeira e pandemia. Se observarmos os dados fornecidos pela leitura macroeconómica do Instituto Nacional de Estatística (INE), os volumes das exportações de bens irão aumentar cerca de 1,1% face ao ano passado, o que é uma redução significativa. As empresas preveem exportar mais para os mercados dentro da EU do que para os restantes países do mundo, razão pela qual uma queda nas exportações de bens. É expectável que esta evolução das exportações tenha comportamentos diferentes, consoante o sector de atividade, uma vez que se verifica, em alguns casos, aumentos em resultado de acréscimos de preços e noutros a redução de preços, decorrente da diminuição da procura, de paragens programadas ou de descontinuidade de linhas de produção, em resposta às condições de mercado, às disrupções nas cadeias de abastecimento e aos aumentos nos custos de produção. Acreditamos que a partir da segunda metade de 2023, seja possível um ligeiro aumento da atividade, impulsionada pela melhoria da procura externa e a normalização das cadeias de abastecimento globais, uma vez que é expectável que as tensões nos mercados energéticos diminuam e que possa ocorrer uma recuperação gradual do rendimento das famílias ao longo dos próximos meses. A incerteza é, contudo, elevada, sendo que os recentes acontecimentos nos EUA, relativamente ao sector bancário, bem como na Europa e os ajustamentos de politica monetária dos bancos centrais, trarão seguramente impactos que importa monitorizar, levando as empresas a uma atuação muito em cima do acontecimento, ajustando a sua estratégia e atuação em conformidade. Neste contexto, a Coface procurar assumir um papel de informação aos seus clientes, através de uma monitorização dos riscos de crédito atenta e contínua, bem como, da análise do risco de exposição dos sectores mais vulneráveis aos fatores anteriormente citados. Isto vai permitir não só alargar as oportunidades de exportação, mas também o reconhecimento de outros mercados que possibilitem diversificar o risco e aumentar as oportunidades de exportação. Essa orientação da Coface passa por um trabalho de acompanhamento da nossa equipa de analistas de risco, que estão sempre disponíveis para esclarecer as dúvidas que surjam e explicar o mecanismo da avaliação das decisões de limites de crédito ou as alterações nas coberturas de risco. Paralelamente, a nossa apólice de seguro de crédito acompanha a volatilidade dos mercados internacionais, apresentando nas opções complementares ao seguro de crédito à exportação, a cobertura de factos de natureza política e a cobertura de catástrofes naturais, garantindo desta forma aos nossos clientes um serviço dedicado e atento à realidade económica envolvente e contribuindo para uma atuação rápida e em conformidade com a evolução e a natureza dos mercados à exportação.

2. Relativamente às tendências do mercado, eu diria que o investimento na inovação tecnológica é fundamental na evolução do mercado de seguro de crédito. E, neste aspeto, a Coface desde sempre colocou a inovação no centro da sua atividade, construindo e desenvolvendo soluções inovadoras para os nossos clientes. Estamos empenhados em inovar e a investir em tecnologia que nos permita gerir os riscos com maior acuidade, impulsionar as vendas e melhorar a nossa eficiência operacional. Neste sentido, consideramos que a indústria do seguro de crédito tem de direcionar, cada vez mais, a sua resposta para soluções eficientes, com recurso à tecnologia. Por esta razão, na Coface desenvolvemos serviços complementares que assentam em plataformas digitais e procuram otimizar a comunicação entre a Coface e os seus clientes, entre os quais destacamos, a CofaNet Essentials, a plataforma on-line para a gestão diária da apólice de seguro de crédito, através da qual é possível ao segurado identificar os clientes e solicitar cobertura das vendas para os mesmos; o CofaServe, uma solução de Web Service, que permite fazer a gestão do contrato de seguro de crédito de forma integrada, através dos sistemas informáticos de que dispõem os nossos clientes, com as vantagens de ganhar eficiência e reduzir os custos de administração do contrato; a CofaMove, uma aplicação para dispositivos móveis, dirigida às equipas comerciais, e através da qual é possível obter uma avaliação sobre um cliente localizado em qualquer parte do mundo. Paralelamente, também dispomos do Broker Portal, uma plataforma exclusivamente dedicada aos nossos parceiros mediadores, através da qual podem acompanhar a evolução da sua carteira de clientes e o seu relacionamento comercial com a Coface. Tudo isto significa que as soluções de seguro de crédito proporcionadas pela Coface são bastante amplas e flexíveis. Neste sentido, a Coface oferece coberturas sobre todos os riscos inerentes às transações comerciais, qualquer que seja a sua fase de execução, em mais de 200 países.

 

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