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Exportações de componentes para calçado crescem 13,6% em 2023

As exportações da fileira de calçado recuaram 5,1% em 2023 em termos homólogos, para 2.222 milhões de euros, mas o sector de componentes para calçado aumentou as vendas em 13,6%, reforçando o seu papel estratégico na afirmação daquela indústria.
17 Fevereiro 2024, 19h16

De acordo com a Associação Portuguesa dos Industriais do Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Seus Sucedâneos (APICCAPS), no ano passado, o sector de componentes para calçado exportou um total de 73 milhões de euros, um acréscimo de 13,6% relativamente a 2022.

Na mesma linha, o sector de artigos de pele e marroquinaria cresceu 14%, para 310 milhões de euros, enquanto as exportações de calçado recuaram 11,3% em quantidade e 8,2% em valor face ao ano recorde de 2022, com 66 milhões de pares de calçado vendidos, no valor de 1.839 milhões de euros.

“Temos vindo a consolidar o ‘cluster’ de calçado e de artigos de pele em Portugal”, sustenta o porta-voz da APICCAPS, Paulo Gonçalves, destacando que, até final década, o plano estratégico do sector prevê um investimento de 600 milhões de euros em inovação, sustentabilidade, qualificação das empresas e dos trabalhadores e internacionalização.

Por mercados, a associação realça os crescimentos das vendas de componentes de calçado para a Alemanha, que subiram 4,7% para 16,5 milhões de euros, e para França, onde progrediram 43%, para 16 milhões de euros. Em Espanha, pelo contrário, assinala um recuo de 19%, para sete milhões de euros.

Citado numa ‘newsletter’ da APICCAPS, o vice-presidente da associação destaca que “um dos principais argumentos competitivos da indústria reside precisamente no facto de existir, num raio de 50 quilómetros quadrados da cidade do Porto, uma oferta variada de todo o tipo de componentes e de serviços à disposição das empresas de calçado”.

“Portugal apresenta na indústria de calçado soluções muito interessantes ao nível de praticamente todos os componentes e mesmo de curtumes”, sustenta Paulo Ribeiro, enfatizando que, “numa altura em que tanto se fala de produção de proximidade, a indústria portuguesa é uma das mais qualificadas do mundo, que se soube reinventar, evoluir técnica e tecnologicamente e, por isso, está no radar das grandes marcas internacionais da especialidade”.

Em simultâneo, o dirigente associativo recorda que “o sector tem em curso planos de investimento ambiciosos, que vão transformar Portugal numa das grandes referências internacionais no desenvolvimento de soluções sustentáveis”.

“Não é razoável que a Ásia assegure praticamente 90% da produção mundial de calçado”, sublinha.

Segundo Paulo Ribeiro, os investimentos que o sector de componentes para calçado tem vindo a implementar, nomeadamente nos domínios da digitalização e sustentabilidade, colocam “o ‘cluster’ português de calçado na linha de frente e capaz de responder a novos desafios que o mercado vai requerendo no plano internacional”.

No âmbito das várias ações de valorização do ‘cluster’ nos mercados internacionais que a APICCAPS está a desenvolver, e depois de uma campanha de imagem transversal, de iniciativas de promoção dos artigos de pele e de uma ação orientada para o calçado de criança, “Portuguese Shoes Cluster” é o ‘slogan’ da nova campanha que procura apresentar o sector de componentes como “estratégico na afirmação da indústria portuguesa de calçado nos mercados externos”.

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