[weglot_switcher]

Facebook pode levar uma semana a desbloquear algumas páginas australianas

As empresas cuja conta foi prejudicada pelo Facebook vão poder apelar em tribunal pelo bloqueio de contas na rede social na Austrália.
19 Fevereiro 2021, 16h01

O Facebook pode esperar até uma semana antes de desbloquear algumas das páginas de centenas de organizações australianas, segundo o “The Guardian”, esta sexta-feira.

As partilhas foram bloqueadas no Facebook, na Austrália, ontem, em resposta à imposição do governo australiano de que a empresa ia ter de pagar às editoras de notícias  pela utilização do seu conteúdo.

O Facebook censura a definição do governo australiano do que é considerado “notícia” e como tal decidiu bloquear partilhas de diversas contas. O impacto negativo da decisão da gigante tecnológica já se está a ser nas empresas na Austrália. Greg Inglis, o diretor-gerente da empresa funerária Picaluna, contou ao “The Guardian” que o Facebook tinha “encerrado” a página da sua empresa ontem, depois de ter pago por uma campanha de marketing no Facebook.

“Estamos apenas no início do que, para nós, é uma grande campanha na qual vamos gastar uma boa quantia de dinheiro no Facebook”, garantiu Greg Inglis. “A ironia é que estão a cortar a mão que os alimenta. É uma loucura, então demorei duas horas a tentando encontrar um sítio no site do Facebook onde pudesse entrar em contato com a empresa”, disse.

Entretanto, Greg Inglis tentou explicar para o Facebook onde explicou que sua empresa não era um negócio de notícias, mas sim uma funerária. A gigante tecnológica apenas respondeu que a página tinha partilhado notícias e que demoraria pelo menos 72 horas até que conseguisse ter ajuda da parte do Facebook.

Algumas contas já foram desbloqueadas, mas o “The Guardian” garante que vai demorar até uma semana para que o mesmo aconteça com outros perfis no Facebook. Tim Hanslow, chefe de redes sociais da Preface Social Media e que também ajuda a administrar o grupo Australian Community Managers no Facebook, referiu que ouviu falar de alguns gestores de comunidades que foram contactados pelos seus representantes no Facebook e que um processo de apelação iria ser implementado para que as pessoas possam defender a sua causa.

Tim Hanslow garantiu ainda que a empresa liderada por Mark Zuzkerber está “ciente de que algumas páginas foram incorretamente derrubadas pela proibição. Estão a compilar uma lista de perfis bloqueados incorretamente”.

Paralelamente, dezenas de páginas e grupos dedicados a promover teorias de conspiração, desinformação sobre vacinas e o direito alternativo continuaram a operar sem qualquer tipo de impedimentos.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.