Faturação dos CTT deverá subir mais de cem milhões com integração da Cacesa

A compra da espanhola de comércio eletrónico Cacesa pelos CTT – Correios de Portugal, que foi anunciada na madrugada de quarta-feira, “vai incrementar instantaneamente pouco mais de cem milhões de euros” à faturação da empresa portuguesa, segundo o CEO João Bento, que classificou a operação como “muito rentável”.

Com esta integração, os CTT pretendem reforçar o seu “registo de e-commerce”. “É assim que queremos ser vistos”, continuou o diretor-executivo, numa conferência de imprensa realizada horas após o negócio ter sido tornado público.

O negócio dá-se no rescaldo de uma “fase de reposicionamento da empresa e de transformação” dos CTT, explica o mesmo responsável, sublinhando que a empresa está de olhos postos noutros mercados, beneficiando da já sólida posição da Cacesa não só em Espanha como noutros mercados. “Olhamos com muito interesse para as opções que nos dá a presença da Cacesa em vários países da Europa”, afirmou.

“Estamos a tentar cobrir toda a cadeia de valor do comércio eletrónico. Do ponto de vista estratégico, há um enorme fit do que nós estamos e queremos fazer. Crescer na Península Ibérica, em Espanha, porque em Portugal a nossa posição é já muito elevada. Estamos muito interessados em acelerar o crescimento a partir de Espanha nesta operação integrada”, explica João Bento.

A compra da empresa espanhola, realizada através da subsidiária CTT Expresso, avalia os ativos da CACESA em 91 milhões de euros, equivalente a um múltiplo de 5,5x EBIT e deverá estar concluída em março ou abril do próximo ano.

“É uma operação muito rentável, criadora de valor. É um excelente passo para o crescimento económico e da rentabilidade”, acrescentou.

Às primeiras horas de quarta-feira, os CTT tornaram público que chegaram a acordo para comprar a empresa espanhola do setor aduaneiro de comércio eletrónico internacional Cacesa por 104 milhões de euros.

Sobre a atividade da Cacesa, João Bento destaca que a empresa espanhola está “em mercados emergentes muito interessantes”, tais como a Turquia e a Índia, permitindo aos CTT olharem para outras oportunidades.