Como já era esperado, a Reserva Federal norte-americana voltou a baixar os juros diretores da maior economia do mundo em 25 pontos base (p.b.) esta quarta-feira, marcando assim a terceira descida consecutiva e 100 pontos acumulados de cortes este ano. A última reunião do ano contou ainda com atualização de projeções macroeconómicas, que vinham reunindo a maior expectativa do mercado.
Os juros de referência nos EUA ficam assim entre 4,25% e 4,5% face a uma inflação em clara tendência decrescente, isto apesar da subida da inflação em outubro medida pelo índice de gastos pessoais de consumo (PCE), a medida preferencial da Fed – subida essa já sinalizada pelo banco central e explicada sobretudo por efeitos base. Os mercados estavam a atribuir 99% de probabilidade a este cenário umas horas antes do anúncio, mostrando bem a pouca surpresa que a decisão conferiu.
A decisão não foi, contudo, unânime – tal como havia já sucedido na anterior reunião. Um membro votou a favor de manter os juros sem mexidas em dezembro, neste caso, a governadora da Fed de Cleveland, Beth Hammack.
Na mesma linha, a expectativa do mercado quanto a projeções macroeconómicas mais hawkish também se concretizou, com a Fed a antecipar agora apenas dois cortes de juros em 2025, de acordo com as visões individuais de cada um dos membros do Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC).
O famoso dot-plot do banco central, que sumariza graficamente as expectativas individuais dos decisores da Reserva Federal, antecipa apenas mais duas mexidas de 25 p.b. no próximo ano, ou seja, metade das quatro sinalizadas no anterior exercício de projeções macroeconómicas. Para 2026 são esperados também mais dois cortes e mais um 2027, isto assumindo descidas de 25 p.b..
Do lado do crescimento, o banco central aponta agora a um avanço de 2,5% este ano, ou seja, 0,5 pontos percentuais (p.p.) acima do projetado em setembro. Para 2025, a revisão em alta é de apenas 0,1 p.p., para 2%, igual à projeção para 2026, que se mantém inalterada.
A inflação também foi revista em alta, esperando-se agora 2,4% este ano (mais 0,1 p.p. do que nas projeções de setembro) e 2,5% no próximo, uma revisão considerável de 0,4 p.p.. Também o indicador subjacente foi revisto em alta por 0,2 p.p. em 2024, fechando com 2,8%, e em 0,3 p.p. no próximo ano, quando deve acabar com 2,5%.
[notícia atualizada às 19h12]
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