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Ferrero sob fogo. CEO pagou 2 mil milhões de euros em dividendos após resultados desastrosos

Atualmente, Giovanni Ferrero é o homem mais rico de Itália com uma fortuna avaliada em 29 mil milhões de euros e o 27º de todo o mundo, segundo a Bloomberg.
  • DR
26 Janeiro 2020, 20h16

O diretor executivo do império Ferrero, Giovanni Ferrero, está a pagar a si e à sua família um dividendo de 642 milhões de euros, um dos pagamentos mais avultados observados na Europa, noticia o ‘The Guardian’. O pagamento de dividendos à sua própria família ocorre numa altura em que a empresa italiana pagou apenas 110 mil libras (130 mil euros) em impostos no Reino Unido apesar de vender 419 milhões de libras (497 milhões de euros) em chocolates.

Atualmente, Giovanni Ferrero é o homem mais rico de Itália com uma fortuna avaliada em 29 mil milhões de euros e o 27º de todo o mundo, segundo a Bloomberg. Durante a década passada, o diretor executivo da marca que gere a Kinder e a Nutella, pagou mais de dois mil milhões de euros em dividendos a si e à sua família.

Durante essa mesma década, a empresa que também é dona da TicTac e dos chocolates Thornton, pagou menos de 500 mil libras (593 mil euros) em impostos no Reino Unido. Vários fiscalistas acusam a empresa de estruturar os negócios de “forma complexa” para pagar o mínimo de impostos possíveis.

No ano passado, os negócios do Reino Unido pagaram uma taxa de “custos de vendas” de 334 milhões de libras (396 milhões de euros) para a holding da Ferrero no Luxemburgo, onde os impostos cobrados são mais baixo. A Ferrero sediada no Reino Unido afirmou que perdeu dinheiro no país ao longo dos anos e que acumulou “prejuízos fiscais não utilizados de 22,5 milhões de libras disponíveis para compensação de lucros futuros”.

Os fiscalistas sublinham que “as regras para empresas como a Ferrero Rocher e todos os outros são simples: os impostos devem ser pagos onde a receita é obtida”. Caso esse dinheiro for obtido no Reino Unido “o imposto deve ser encaminhado ao Tesouro para ajudar a financiar serviços públicos, como educação e saúde, dos quais essas empresas dependem”, sustentam.

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