Passado um mês desde a mobilização forçada dos médicos do departamento de Ginecologia, Obstetrícia e Medicina da Reprodução do Hospital de Santa Maria para o Hospital São Francisco de Xavier, conclui-se que seis especialistas já rescindiram os contratos com o SNS e que outros seguem pelo mesmo caminho, revela a Federação Nacional dos Médicos (FNAM), salientando ainda que “quanto às obras, que o Ministro da Saúde tantas vezes repetiu terem início a 1 de agosto e que, supostamente, justificariam esta deslocação, praticamente ainda não começaram”.
Pressão nos médicos internos vai levar à “destruição do SNS”, acusa FNAM
A FNAM já tinha destacado o número de blocos de partos e urgências de ginecologia que o Governo tem encerrado, um número que continua a aumentar, fazendo com que “várias equipas sejam destruídas e dezenas de profissionais de saída do SNS”. A FNAM revela que já tem realizado vários alertas para o perigo do ataque que se faz sentir na saúde materna e infantil no SNS.
De acordo com a FNAM, apesar dos vários avisos, “infelizmente, é exatamente essa a situação que se verifica na maternidade do maior hospital do país, o Hospital de Santa Maria, e que pode acontecer um pouco por todo o SNS”.
“Adicionalmente, os médicos internos, de várias especialidades do Hospital de Santa Maria, viram a sua formação comprometida de um dia para o outro. Os médicos internos de Ginecologia e Obstetrícia, apesar de terem apresentado as declarações de indisponibilidade para realizar trabalho suplementar para além das 150 horas obrigatórias por ano, continuam a ser forçados a realizar jornadas de urgência de 24h. Já os médicos internos de Anatomia Patológica, deixaram de receber os produtos biológicos vindos dos serviços deslocados para o Hospital de São Francisco Xavier e necessários à sua formação especializada”, salienta a FNAM.
A FNAM denuncia e refere que não aceita que, no Hospital de Santa Maria, as “escalas de urgência continuem a sair apenas com dois ou três dias de antecedência, que continuem a ser escalados elementos, internos e especialistas, para 24 horas de urgência ou para número de horas semanais de urgência superior ao previsto na Lei e que as equipas não tenham um plano de contingência definido, capaz de prevenir que a situação de limite no SNS coloque em risco os utentes e os médicos”.
Na quinta-feira, a FNAM vai ter uma reunião extraordinária com o ministério da Saúde, na qual a federação pretende discutir uma revisão salarial, uma melhoria das condições de trabalho dos médicos, entre outros tópicos.
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