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Fórum para a Competitividade antecipa crescimento entre 1,8% e 2,1% este ano e no próximo

“A generalidade dos indicadores sugere que houve um abrandamento da economia no segundo trimestre, mas não muito expressivo, o que aponta para uma revisão em alta das perspectivas para o conjunto do ano”, lê-se no documento publicado pelo gabinete de estudos do Fórum.
18 Julho 2024, 18h22

O Fórum para a Competitividade aponta a um crescimento entre 1,8% e 2,1% este ano e no próximo, um abrandamento em relação ao ano anterior em linha com a desaceleração das exportações e produtividade, mas uma estimativa mais otimista do que do próprio Governo.

O gabinete de estudos liderado por Pedro Braz Teixeira antecipa “um abrandamento do crescimento, de 2,3% em 2023 para entre 1,8% e 2,1% em 2024, estabilizando entre 1,8% e 2,1% em 2025”, bem como da inflação, que deve passar “de 4,3% em 2023 para entre 2,2% e 2,5% em 2024 e entre 1,9% e 2,2% em 2025”. A projeção é feita nas ‘Perspetivas Empresariais Trimestrais’ publicadas pelo organismo esta quinta-feira, onde é feito um retrato dos últimos três meses.

“A generalidade dos indicadores sugere que houve um abrandamento da economia no segundo trimestre, mas não muito expressivo, o que aponta para uma revisão em alta das perspectivas para o conjunto do ano”, lê-se no documento.

Apesar do abrandamento em termos homólogos no primeiro trimestre, “esta desaceleração deveu-se essencialmente a um efeito base, ao facto de o primeiro trimestre de 2023 ter registado um crescimento em cadeia excecional, de 1,5%”, o que aumenta a base comparável para os resultados de 2024. Acresce que “a variação em cadeia do início deste ano foi de 0,8%, superior à do trimestre anterior (0,7%), que já tinha sido um valor favorável”.

“Houve uma clara alteração na composição da variação homóloga, com uma diminuição da contribuição da procura interna (de 1,9% para 1,0%) e um aumento da contribuição das exportações líquidas (de 0,1% para 0,5%)”, detalha a publicação.

Do lado do consumo, a componente privada acelerou de 0,7% para 1,0% enquanto o público subiu de 1,2% para 1,4% em termos homólogos, “um indicador adicional da falta de qualidade dos resultados orçamentais recentes”, aponta o Fórum.

Já olhando para a componente externa, as exportações abrandaram em cadeia, mas menos do que as importações, resultando num contributo mais positivo para o PIB. Simultaneamente, “continuaram os significativos ganhos de termos de troca, embora com um ligeiro abrandamento (de 4,2% para 3,7%)”.

Após dois trimestres seguidos de crescimento, a produtividade voltou a cair em termos homólogos, recuando 0,3%. Este é “um aspeto especialmente negativo do crescimento do primeiro trimestre”, argumenta o relatório, dado que “sugere que estamos a criar empregos pouco qualificados e com baixa produtividade”.

“Se continuarmos com esta tendência, teremos muita dificuldade em subir salários e em convergir com a UE”, uma questão para a qual o Fórum tem chamado repetidas vezes à atenção.

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