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Fórum para a Competitividade aponta a crescimento entre 1,5% e 2% este ano

A instituição alerta para a expectável redução da receita fiscal a partir de setembro e lembra os 5,8 mil milhões já comprometidos para o OE2025, o que condiciona a elaboração da proposta orçamental – e a sua não aprovação é dos principais riscos ao crescimento.
4 Setembro 2024, 14h13

O Fórum para a Competitividade projeta um crescimento entre 1,5% e 2%, isto apesar do abrandamento internacional e a incerteza em torno do Orçamento do Estado (OE) para o próximo ano, sendo que o cenário ainda pode melhorar em 2025, caso não se materializem os riscos que têm vindo a pairar sobre a economia.

Na sua nota de conjuntura de agosto, o Fórum lembra o abrandamento forte do PIB português no segundo trimestre, de 0,8% para 0,1%, bem como a “alteração significativa nos contributos para o crescimento”, com a procura interna a aumentar a sua importância para o crescimento, ao passo que a componente externa passou a um contributo negativo.

Do lado externo, a inversão do impacto das exportações líquidas não se deve apenas ao comportamento das vendas ao exterior, mas também à “invulgar” evolução das importações, que passaram de uma “queda em cadeia (-0,5%) para uma forte subida (1,0%), unicamente devido à componente de serviços (de -8,7% para 7,2%)”.

“Mesmo considerando que a trajetória pouco comum das importações está a traçar um cenário mais negro do que se esperaria, tem que se reconhecer que o forte abrandamento das exportações não é uma boa notícia, sobretudo no atual cenário de deterioração das perspetivas internacionais”, ressalva a nota, lembrando a desaceleração em cadeia das exportações de 1,5% para 0,2%.

Para o resto do ano, o gabinete de estudos, liderado por Pedro Braz Teixeira, projeta que “a economia pode beneficiar de algum alívio do IRS e do suplemento sobre as pensões a pagar em Outubro, mas, sobretudo pela descida das taxas de juro pelo BCE”, que se espera que continuem já em setembro.

“No entanto, o enfraquecimento da conjuntura internacional bem como a incerteza associada à aprovação do orçamento para 2025 e as implicações políticas que poderá desencadear poderão gerar algum retraimento, sobretudo no caso do investimento”, acrescenta o documento.

Precisamente olhando para o OE, o diretor do gabinete de estudos do Fórum considera que “uma conjuntura menos favorável dificulta a execução de 2024 e retira margem negocial ao próximo orçamento”, sendo que “a partir de setembro a receita de IRS deverá ressentir-se de forma pronunciada da diminuição de imposto entretanto aprovada contra a vontade do Governo”.

Acresce que, “em outubro, teremos uma transferência extra para pensionistas, no montante estimado de 400 milhões de euros”, o que condiciona ainda mais a margem para o próximo exercício, já com cerca de 5,8 mil milhões de euros de aumento da despesa comprometidos para 2025, sendo que “740 milhões destas foram aprovadas pelo Parlamento à revelia do Executivo”.

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