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França sugere trégua parcial de um mês entre Rússia e Ucrânia

Se a Rússia aceitar a proposta, isso quererá dizer que Moscovo está “de boa fé”, segundo avança o ministro das Relações Exteriores francês. Mas o governo britânico, que estará a trabalhar no assunto, não confirmou.
3 Março 2025, 17h05

A França propôs uma trégua parcial de um mês entre a Rússia e a Ucrânia, disseram o presidente francês Emmanuel Macron e seu ministro dos Negócios Estrangeiros: esta segunda-feira, um dia após os líderes europeus terem reunido na cimeira em Londres tendo em vista debater a questão ucraniana, Jean-Noël Barrot disse que, se for aceite,” uma tal trégua – em infraestruturas aéreas, marítimas e energéticas –permitiria determinar se Vladimir Putin está a agir de boa fé” e avaliar a sua atitude em relação a “verdadeiras negociações de paz”.

O ministro das Relações Exteriores francês continuou: “Nunca o risco de uma guerra na Europa , na União Europeia, foi tão alto… A ameaça continua a aproximar-se, a linha de frente continua se aproximando de nós”. Já antes, o presidente francês havia dito que a França e o Reino Unido haviam concordado com um plano para um cessar-fogo parcial de curto prazo que não abrangeria combates terrestres, com tropas a serem enviadas para a Ucrânia numa segunda fase. Mas, um dia antes, ao jornal ‘Le Figaro’, tinha dito que “não haverá tropas europeias em solo ucraniano nas próximas semanas. A questão é como usaremos esse tempo para tentar obter uma trégua, com negociações que levarão várias semanas”.

O problema, como tem sido sempre, é que os países europeus não se entendem sobre o que fazer, como fazer e quando fazer. Segundo o britânico ‘The Guardian’, o ministro das Forças Armadas do Reino Unido, Luke Pollard, recusou confirmar as declarações de Macron, dizendo que “não é um plano que reconhecemos atualmente”. Várias opções estão em cima da mesa e “não é o momento de comentar”. “Nenhum acordo foi feito sobre como seria uma trégua. Mas estamos a trabalhar juntamente com a França e os nossos aliados europeus para analisar qual é o caminho certo” para uma paz duradoura e durável na Ucrânia.”

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, que convocou a ronda de Londres, disse que os líderes concordaram em elaborar um plano de paz para a Ucrânia que seria apresentado ao governo Trump, mas nenhum detalhe foi divulgado nessa altura. O Kremlin, que rejeitou a ideia de admitir quaisquer tropas ocidentais na Ucrânia, disse também esta segunda-feira que os resultados da cimeira patrocinavam “a continuação das hostilidades”, acrescentando que Zelensky deve ser forçado a mudar a sua posição e tentar encontrar a paz.

Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, disse que o confronto de sexta-feira no Salão Oval entre Zelensky e o anfitrião Donald Trump mostrou o quão difícil seria chegar a um acordo sobre o conflito, e que a Rússia continuaria a negociar com os Estados Unidos para normalizar os laços bilaterais entre os países.

Peskov afirmou que Zelensky foi o responsável pela acalorada troca de palavras com Trump e com o seu vice. JD Vance, descrevendo o momento como “sem precedentes”. O presidente ucraniano teria “demonstrado uma completa falta de habilidades diplomáticas, para dizer o mínimo”.

O presidente ucraniano disse nas redes sociais: “No futuro próximo, todos nós na Europa moldaremos as nossas posições comuns – as linhas que devemos alcançar e as linhas com as quais não podemos comprometer-nos. Essas posições serão apresentadas aos nossos parceiros nos Estados Unidos”.

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