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Francisco Calheiros: “É capital que o Orçamento seja aprovado”

Sobre a possibilidade de o Estado manter a maioria do capital da TAP, admite que possa ser difícil um privado aceitar essa circunstância, segundo a entrevista à Antena 1/Negócios.
15 Setembro 2024, 21h25

O presidente da Confederação do Turismo de Portugal, numa entrevista ao Programa Conversa Capital – Antena 1 / Jornal de Negócios, diz que “é capital que o Orçamento do Estado para 2025 seja aprovado”.

Pois, defende Francisco Calheiros, “a não aprovação significa instabilidade e isso é mau para o investimento estrangeiro é mau para tudo”.

O Presidente da CTP diz mesmo que “quem tem de tentar viabilizar o orçamento é o Governo”, mas “todos tem de ter bom senso”.

Francisco Calheiros considera que viver em duodécimos ou ir para eleições seria “péssimo”.

A CTP adianta que dentro em breve terá o pacote de medidas para o setor concluído para entregar ao Governo, mas Francisco Calheiros adianta que ao ministro das Finanças, durante a reunião da concertação social, pediu uma redução da despesa pública para que seja possível reduzir a carga fiscal.

O Governo apresentou à Confederação do Turismo de Portugal (CTP) um aumento do salário mínimo para 860 euros. “O governo já falou com uns a 870 euros e com outros a 860 euros.

“Connosco falou em 860 euros”, referiu em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios. Francisco Calheiros não se compromete com este aumento sem saber quais são as contrapartidas do Executivo, nomeadamente a nível fiscal e sem falar com os associados porque, nem todos, nomeadamente a restauração, tem capacidade para fazer face a esses aumentos, ressalva.

Nesta entrevista, Francisco Calheiros afirma que a privatização da TAP é um ponto que preocupa a CTP. “Estamos preocupados”, disse o presidente da confederação do turismo.

Francisco Calheiros sublinha que a privatização da TAP “é um dos pontos que nos preocupa bastante” devido à dependência aérea que Portugal tem, sendo um país periférico, à necessidade de manter o hub e de manter o mercado norte-americano que tem vindo a crescer.

Sobre a possibilidade de o Estado manter a maioria do capital da TAP, admite que possa ser difícil um privado aceitar essa circunstância.

Já quanto ao envolvimento do ministro das Infraestruturas no processo de privatização da TAP qualifica as críticas feitas como “espuma” e diz que trata de “uma pessoa muito decidida com as ideias muito claras”, referindo-se a Miguel Pinto Luz.

Em relação à construção do novo aeroporto o presidente da CTP pede que seja feito um cronograma público com as etapas a cumprir e espera que a ferrovia, nomeadamente a ligação de alta velocidade a Madrid, não seja “um aeroporto 2” até porque “seria uma alternativa para poder prescindir de alguns voos e libertar mais o aeroporto de Lisboa”, defende.

Sobre o setor do turismo, Francisco Calheiros mantém as previsões iniciais de que o ano turístico vai atingir novos recordes e superar os resultados de 2023 com um crescimento entre 1% e 3% em dormidas.

Francisco Calheiros considera que o mercado português continua a ser determinante para o turismo, diz mesmo que “não são os portugueses que têm decrescido são os outros (o mercado estrangeiro) que vão crescendo”, mas ainda assim considera os preços praticados como adequados e recusa a necessidade de uma redução.

O presidente da Confederação rejeita a existência de uma massificação do turismo. “Fica um bocadinho chique dizer que há turistas a mais” e é injusto. Neste sentido, anuncia, “a CTP vai apresentar uma campanha para desmistificar essa a turistificação”.

Ainda sobre o turismo, Francisco Calheiros considera que o que é necessário é promover a descentralização o que tem vindo a acontecer e dá como exemplo o mercado coreano que é neste momento o principal turista de Fátima.

O presidente da CTP também não concorda com o aumento para o dobro da taxa turística em Lisboa e admite mesmo que seja um desincentivo ao turismo.

“De 2 euros para 4 euros é muito dinheiro, são 80 milhões”, afirma. Em vez da cobrança de uma taxa, Francisco Calheiros defende que as câmaras recebam uma parte do IVA turístico.

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