O fundador e antigo coordenador do Bloco de Esquerda (BE) Francisco Louçã referiu este sábado que, quando a deputada Mariana Mortágua for ministra das Finanças, o Estado “não será porquinho mealheiro”. O ex-líder bloquista entende que o combate que o partido tem feito na área das Finanças “mostra como tem de ser o Governo”, a confrontar “o poder económico que tudo domina” e o “parasitismo”.
“Quero dizer-vos uma certeza que tenho”, começou por dizer, na XII Convenção Nacional do BE, que decorre este fim de semana em Matosinhos. “Quando a Mariana [Mortágua] for ministra das Finanças, o Estado não será um porquinho mealheiro para pagar aventuras como a do Novo Banco. Dívidas de 500 milhões de euros não serão tratadas como traquinices garantidas por um palheiro ou uma mota de água”.
Para o bloquista, faz falta um Governo que recuse “a pirataria financeira”, que “proteja quem paga impostos e que cuide do bom uso da coisa pública”. “Quando o PS ameaça uma crise política para pagar à Lone Star, que o Tribunal de Contas diz ser um abuso, ou quando, custe o que custar, o dinheiro dos contribuintes é posto ao serviço de negócios, não preciso de explicar o que é o parasitismo”, sublinhou.
“Cada dia que passa ouvimos uma nova lição sobre o que é a extorsão e percebemos a falta que faz um Ministério das Finanças que defenda o povo (…) Queremos essa garantia de contas limpas. O combate do BE nas Finanças mostra que o que tem de ser o Governo (…). É disso que o país precisa: a hora da esquerda. Portugal voltou e ainda bem”, concluiu.
Esta não é a primeira vez que Francisco Louçã expressa a vontade de que Mariana Mortágua, que se tem destacado no Parlamento na área das Finanças, ocupe o Ministério tutelado atualmente por João Leão. O antigo coordenador do BE tem dito que a deputada é uma “personalidade brilhante” e uma “economista muito capaz e com muita vontade”. “Há de ser ministra das Finanças”, disse, ao “Expresso” em 2017.
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