Francisco Pedro Balsemão: “15 milhões do Estado ficam aquém da expetativa”

Francisco Pedro Balsemão afirmou que os “15 milhões que foram disponibilizados pelo Estado para investimento publicitário acaba por ser um valor que fica aquém das nossas expetativas”.

O presidente executivo do grupo Impresa esteve esta segunda-feira, 4 de maio, em Belém, reunido com o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, que tem estado ao longo do dia a receber os representantes dos principais órgãos de comunicação social em Portugal.

“Estamos preocupados com o setor da comunicação social em Portugal, isto não será segredo para ninguém. É um setor que antes desta pandemia já sofria por várias razões e que com esta pandemia vieram a agravar-se. O nosso setor tem uma grande dependência da publicidade e apesar de nunca ter havido tanta gente a ver televisão, a comprar jornais e ir aos sites de internet, a verdade é que como o país e o mundo pararam acaba por haver uma grande dificuldade em haver investimento publicitário”, explicou Francisco Pedro Balsemão.

O responsável do grupo Impresa salienta que é “preciso haver soluções para as quedas no mercado de 50% e 60%” e que a verba investida pelo Estado “para nós faz sentido, porque é um modelo não existencialista”, embora tenha ficado aquém das expetativas, dado que “foi feita uma proposta que era superior a esta. Agora temos de aguardar os critérios de repartição que vão ser definidos pelo Estado”.

“Nós não queremos o peixe, queremos é a rede para apanha esse peixe e este investimento do Estado é uma das soluções”, referiu Francisco Pedro Balsemão.

O CEO destacou que algumas das soluções discutidas com o Presidente da República “passam por o desagravar de algum tipo de temas fiscais como o caso dos anunciantes. Devia haver um desagravamento do investimento publicitário por parte dos anunciantes e isso depois gera um ciclo virtuoso”.

Francisco Pedro Balsemão sublinhou a necessidade de face ao panorama atual “aproveitar para acelerar a transformação digital para o setor. Se queremos ir de encontro aos hábitos que as pessoas foram adquirindo nesta pandemia devia haver aqui apoios do Estado para o setor dos media fazer essa aceleração”.