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Fundação de George Soros atribui nova bolsa de jornalismo de 100 mil dólares ao Fumaça

“Fumaça” já tinha recebido uma bolsa da fundação de Soros em 2018. Fundadores do projeto jornalístico criado em 2016 acreditam que a bolsa agora conquistada vai ajudar o “Fumaça” a alcançar a sustentabilidade, por via de financiamento exclusivo de leitores e ouvintes nos próximos dois anos.
  • Equipa fundadora do “Fumaça”
19 Novembro 2020, 08h00

Dois anos depois de ter sido apoiado financeiramente pela fundação Open Society Institute, o que permitiu transformar-se num órgão de comunicação social reconhecido pela Entidade Regulador para a Comunicação Social (ERC), o “Fumaça” voltou a garantir uma bolsa de jornalismo no valor de 100 mil dólares (84,2 mil euros) da organização do magnata e filantropo George Soros.

O financiamento em causa está inserido num programa de jornalismo independente da Open Society e vai ajudar o “Fumaça” a chegar à “sustentabilidade e ser completamente financiado pelos leitores e ouvintes nos próximos dois anos” , de acordo com o comunicado enviado à redação esta quinta-feira.

objetivo chegar à sustentabilidade e ser completamente financiado pelos leitores e ouvintes nos próximos dois anos.

A bolsa foi atribuída para “apoiar a produção e divulgação gratuita da língua portuguesa em podcasts, cobrindo [temas sobre] comunidades vulneráveis e marginalizadas, conforme o detalhado na proposta aprovada em 22 de julho de 2020”, de acordo com o contrato assinado com a Open Society.

O “período de concessão” da bolsa arrancou em 1 de setembro e vai terminar no dia 31 de maio de 2021. Mas o financiamento ao Fumaça está dividido em duas tranches. A primeira tranche é entregue este mês, no valor de 50 mil dólares (42,1 mil euros), e os restantes 50 mil dólares serão libertados em janeiro de 2021.

A bolsa vai permitir ao “Fumaça” aproximar-se do objetivo da auto-sustentabilidade, assegurada pela sua audiência. “Esta bolsa vai ajudar-nos a chegar a esse objetivo”, referiu o jornalista e co-fundador do “Fumaça” Ricardo Esteves Ribeiro, no comunicado.

Rejeitando abrir espaço à publicidade para gerar receitas ou depender de uma empresa terceira, a auto-sustentabilidade do projeto é o grande objetivo dos fundadores, que dizem que não há fins lucrativos.

Até hoje, o “Fumaça” já arrecadou mais de 400 mil euros em bolsas de jornalismo desde a sua criação. Este valor inclui os 20 mil euros amealhados em campanhas de crowdfunding, no mês de setembro, para financiar três séries documentais.

“Em 2019, os donativos individuais recorrentes, um total de 400 euros por mês, cobriam cerca de 5% das despesas do Fumaça, enquanto que hoje representam mais de 40%, cerca de 4000 euros por mês” lê-se. Atualmente, o “Fumaça” conta com “mais de 1.200 pessoas e a contribuição média é de seis euros”.

Criado no verão de 2016, designando-se então por “É Apenas Fumaça”, foi em abril de 2018 que o “Fumaça” recebeu a primeira bolsa de jornalismo, precisamente da OSI e também no valor de 100 mil dólares, o que permitiu ao projeto constituir-se como órgão de comunicação social registado na ERC, com uma redação física identificada e jornalistas com carteira profissional.

O projeto é constituído por uma equipa de sete jornalistas permanentes e cinco em regime de freelance, incluindo um jornalista no Brasil.

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