A ANSUB- Associação de Produtores Florestais do Vale do Sado alertou, em comunicado, para os “constantes furtos de cortiça no Litoral Alentejano” a que chama de “flagelo que assola os seus associados, sobretudo nos concelhos de Palmela, Alcácer do Sal, Grândola e Santiago do Cacém, onde há vários anos esta situação se repete, com total impunidade para quem comete este crime contra o ambiente e a propriedade privada”.
“O acto do furto de cortiça implica a direta violação de todas as regras de descortiçamento e provoca danos irreparáveis no sobreiro vitimado, comprometendo gravemente a sua vitalidade e pondo em causa a sua sobrevivência”, acusa a associação que defende que a efetiva repressão destes crimes é absolutamente premente e crucial para a conservação de um ecossistema único baseado na Árvore Nacional de Portugal.
O montado de sobro é uma das principais fontes de rendimento das explorações agroflorestais da região do Vale do Tejo e Alentejo.
Do final de Maio até ao princípio de Agosto, é a época propícia para o descortiçamento dos sobreiros, extraindo-se a cortiça, um produto natural com grande valorização industrial.
“No entanto, é também a época em que começam os furtos indiscriminados de cortiça, sem ter em atenção a forma como este é praticado e provocando danos substanciais às árvores, comprometendo o futuro produtivo destes sistemas florestais”, aponta a associação.
“Apesar das tentativas de dissuadir estes furtos, por parte dos proprietários, através de vedações, pintura da cortiça, do aumento da vigilância nas explorações, quer com pessoal, quer com câmaras, e das queixas junto da GNR – Guarda Nacional Republicana, a situação persiste com furtos contínuos de cortiça de todas as idades e com danos significativos nos troncos das árvores que levam à destruição da sua capacidade produtiva. Esta cortiça furtada representa um valor mínimo, comparado com o dano causado na árvore, que poderá levar à sua morte comprometendo muitas décadas de produção futura”, acrescenta a associação no seu apelo.
A ANSUB diz que “era importante controlar os intermediários que possam usualmente adquirir cortiça furtada, controlando estes pontos críticos, que poderá incentivar o furto”.
“Por outro lado, é voz corrente, que existem operadores que têm máquinas de triturar cortiça e que facilmente conseguem processar cortiças pintadas provenientes de furtos, dissimulando assim a sua origem”, acrescenta.
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