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“Galamba? Comportamentos não são compatíveis com o que se exige de um ministro”, diz politólogo

Para o politólogo José Adelino Maltez, o ministro das Infraestruturas “até pode gerir os dossiers muito bem, mas não pode tratar os adjuntos como companheiros e compinchas e pensar que tudo se resolve com uma conferência de imprensa”.
Lusa
2 Maio 2023, 13h01

Independentemente do futuro de João Galamba como responsável da pasta das Infraestruturas, o politólogo José Adelino Maltez considerou em entrevista ao Jornal Económico (JE) que os comportamentos do ministro não vão de encontro ao que é exigido para que ocupa aquele cargo.

“Acho que é um excelente político, que se destacou como deputado, comentador televisivo ou secretário de Estado. E que de repente se embrulhou como ministro porque tem um problema de estilo que nestes tempos não se coadunam com aquilo que se exige em termos de parecença de um ministro”, disse Adelino Maltez.

Para o especialista, João Galamba “até pode gerir os dossiers muito bem, mas não pode tratar os adjuntos como companheiros e compinchas e pensar que tudo se resolve com uma conferência de imprensa onde ele costuma ser hábil”. “Portanto corre um certo risco de ter a imagem de ministro”, disse.

Na semana passada, João Galamba demitiu o seu adjunto Frederico Pinheiro numa polémica relacionada com uma reunião secreta entre a ex-CEO da TAP e o grupo parlamentar do PS. Além disso, o Governo apresentou uma queixa-crime contra Frederico Pinheiro por suposta tentativa de roubo de um computador do Estado.

Depressa Frederico Pinheiro veio a público dizer que foi o próprio João Galamba a informar Christine Ourmières-Widener de que se iria realizar uma reunião preparatória antes de a ex-CEO ter ido ao Parlamento a 16 de janeiro.

Nesta segunda-feira, em declarações à RTP, o primeiro-ministro revelou que “ninguém no Governo deu ordens ao SIS” para intervir na recuperação do computador do ex-adjunto de João Galamba.

“O gabinete do ministro fez o que lhe competia fazer: dar o alerta às autoridades e as autoridades agiram em conformidade”, referiu.

Na perspectiva do primeiro-ministro é ainda “muito claro que o ministro não escondeu nem pretendeu esconder qualquer documento da Comissão Parlamentar de Inquérito e entregou à CPI os documentos que estavam em causa”. “Acho normal que perante o roubo de um computador, que tem documentos classificados, haja um alerta e que as autoridades atuem em conformidade”, considerou.

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