A Galp disse esta terça-feira que “não troca dinheiro por valor” na Namíbia, após ter chegado a acordo com os franceses da TotalEnergies para vender 40% do bloco PEL 83, e que o negócio vai servir para reduzir o risco.
“Não trocamos dinheiro por valor. O que para nós era absolutamente crítico era ter um operador com condições para avançar o mais rapidamente possível, com alinhamento relativamente ao ativo e com algum compromisso relativamente ao ritmo de execução”, disse hoje a co-CEO Maria João Carioca em conferência de imprensa.
A gestora reagiu assim à venda massiva de ações da Galp na bolsa de Lisboa depois de anunciado o negócio. Esta terça-feira mais de 11 milhões de ações da Galp trocaram de mãos face ao volume médio de 1,59 milhões dos últimos três meses.
A entrada de um sócio no consórcio da Galp é uma forma de “reduzir a exposição financeira e o risco”, e uma prática corrente nesta indústria, dadas as elevadas necessidades de investimento que podem atingir 10-12 mil milhões de euros ao longo de vários anos até um poço começar a produzir petróleo.
“Estamos muito cientes da importância deste ativo para a Galp. Era crítico reduzir o risco” e ter um operador com “arcaboiço e experiência”, afirmou Maria João Carioca.
Sobre a venda massiva de ações verificada na terça-feira, o co-CEO João Diogo Silva disse, por sua vez, que a companhia tem uma “visão de longo prazo. Este é um caminho longo, com volatilidade, é um longo processo. Há um conjunto de indicadores que estarão a ser digeridos pelo mercado. Quem esperava benefícios mais de curto prazo, provavelmente terá ficado menos entusiasmado”, segundo o gestor.
A UBS chegou a prever em outubro que o negócio poderia ser fechado por 200 milhões de euros iniciais, mais três mil milhões em custos de projeto cobertos pelo comprador.
O acordo está sujeito à aprovação do Governo da Namíbia, das entidades reguladoras e dos parceiros, esperando que seja finalizado durante o ano de 2026.
A área de Venus deverá arrancar com a produção até 2030, no melhor cenário possível, seguindo-se Mopane 2/3 anos depois, prevê a companhia.
No campo de Venus, os franceses estão a trabalhar na criação de um navio-plataforma (FPSO) com a capacidade de produzir 160 mil barris diários, esperando fechar a decisão de investimento em 2026.
A Galp realizou extensos trabalhos de avaliação na Namíbia, incluindo vários levantamentos sísmicos 3D e oito poços de exploração e avaliação desde 2012, quando iniciou as suas operações no país. Cinco desses poços foram perfurados desde dezembro de 2023, levando à descoberta de Mopane.
Como fica o mapa na Namíbia?
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