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Galp e Altri arrastam Lisboa para perdas em contra-ciclo com Europa

A prejudicar o índice PSI20 esteve sobretudo a Galp que recuou 2,59% para 14,31 euros, numa sessão em que o preço do petróleo caiu nos mercados internacionais, e a Altri, depois da revisão em baixa do BiG. Na Europa o verde dominou.
  • Kai Pfaffenbach/Reuters
15 Março 2019, 17h12

O mercado nacional encerrou em baixa, em contra-ciclo com a maioria das praças europeias. A prejudicar o índice PSI20 esteve sobretudo a Galp que recuou 2,59% para 14,31 euros, numa sessão em que o preço do petróleo caiu nos mercados internacionais.

O Brent, referência na Europa, caiu 0,58% para 66,84 dólares e o crude WTI cai 0,36% para 58,40 dólares.

A Altri também contribuiu para as perdas. Depois de uma recomendação em baixa do BiG, foi alvo de uma realização de mais-valias após os fortes ganhos decorrentes da apresentação de ontem dos resultados.

Destaque para os CTT que  fecharam a cair 1,28% para 2,78 euros.

Em alta estiveram as ações da Jerónimo Martins (+1,07% para 13,3 euros) e as do BCP (+0,35% para 0,2280 euros) que contribuíram para limitar perdas superiores. A Sonae Capital também se destacou positivamente (+0,68% para 0,889 euros).

A maioria das praças europeias fechou na sua maioria em alta. Mesmo no Reino Unido há uma aparente tranquilidade após a aprovação de um pedido de adiamento do Brexit.

O FTSE 100 subiu 0,65% para 7.232,45 pontos.

O índice global EuroStoxx 50 subiu 1,32% para 3.386 pontos. Paris fechou a subir 1,08% para 5.407,64 pontos; Frankfurt  ganha 0,85% para 11.685,7 pontos; o Ibex de Madrid valorizou 1,44% para 9.342,2 pontos, e foi a segunda melhor performance da Europa de pois do AEX holandês que subiu 1,47%. Por fim Milão subiu 0,80% para 21.045,4 pontos.

No universo empresarial de notar a queda dos títulos da Wirecard perante uma recomendação de venda emitida pelo Citi, salienta o analista da MTrader Ramiro Loureiro.

“Esta última sessão de semana ficou marcada por um sentimento algo positivo, não obstante a incerteza e nervosismo que tem pairado nos mercados em virtude da questão em torno do Brexit. Deputados britânicos aprovaram um pedido de adiamento do Brexit à União Europeia, caso não se chegue a um acordo, com 412 a favor e 202 contra”, dizem, por sua vez, os analistas do BPI.

Ontem, o Parlamento Britânico aprovou a extensão do prazo para o final do processo de saída da UE. Na próxima semana, a proposta da Primeira-Ministra May será novamente discutida. Se for aprovada, então o Reino Unido pedirá à UE uma extensão de 3 meses deste processo. Se a proposta for rejeitada, o Reino Unido pedirá um prolongamento mais alargado.

A nível emprearial a Hennes & Mauritz, a conhecida cadeia de lojas H&M, reportou hoje os seus resultados relativos ao 1º trimestre fiscal. As ações da H&M caíram hoje mais de 4%. As vendas líquidas aumentaram 10%, após a empresa ter descido os preços de algumas peças na altura do Natal com o objetivo de escoar o seu inventário. Mas, o CEO da empresa referiu que não é provável que se atinja um crescimento anual das vendas entre 10% e 15%. De lembrar que esta semana a Inditex reportou o menor crescimento dos lucros dos últimos 5 anos. .

No setor financeiro, a UBS perdeu 1,21%, depois da Reuters ter informado que a instituição criou uma provisão para poder recorrer de uma decisão de um tribunal francês que condenou o banco a pagar uma multa recorde por evasão fiscal, adianta o BPI.

Hoje foram conhecidos os dados das vendas de carros na Europa que voltaram a cair em fevereiro. Foram vendidos 1,149 milhões de unidades de veículos em fevereiro na Europa (União Europeia a 28+EFTA), uma queda de 0,9% face a igual período do ano passado. Trata-se do 6º mês consecutivo de queda.

No setor automóvel, a BMW reagiu com um ligeiro ganho aos seus resultados publicados. A empresa registou uma queda de cerca de 17% no seu lucro de 2018 face a 2017, devido aos conflitos comerciais e à aplicação de novas exigências para emissões e consumo. O CEO informou que 2019 será um ano difícil e que irá tomar medidas de corte de custos.

Em termos de indicadores, a inflação na Zona Euro situou-se nos 1,5% em fevereiro, em linha com o esperado pelos economistas. Em fevereiro de 2019, a taxa de inflação anual (variação homóloga) foi de 0,9% em Portugal, 1,5% na Zona Euro e 1,6 na UE a 28, segundo dados do Eurostat.

A inflação na Zona Euro está estável, mas abaixo da meta do BCE. “O valor final do IPC mostrou inflação homóloga de 1,5% em fevereiro, ligeiramente superior ao registado em janeiro (1,4%), mas abaixo dos 2% estabelecidos pelo BCE para a evolução de longo prazo, o que continua a justificar a política de juro zero do Banco Central para a Zona Euro”, relata o analista Ramiro Loureiro na sua análise diária.

Em fevereiro de 2019, a taxa de inflação anual (variação homóloga) em Portugal, medida pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), situou-se em 0,9%, superior em 0,3 pontos percentuais (p.p.) face ao mês anterior. Este valor representa uma variação mensal de -0,3% entre janeiro e fevereiro de 2019. Já na Zona Euro, a taxa de inflação anual situou-se em 1,5%, aumentando 0,1 p.p. face ao mês anterior. A taxa de inflação anual da UE a 28 situou-se em 1,6% em fevereiro de 2019, aumentando em 0,1 p.p. face ao valor de janeiro. A variação mensal do índice situou-se em 0,3% e 0,4% na Zona Euro e na UE a 28, respetivamente.

A taxa de variação da média anual dos últimos 12 meses do IHPC foi de 1,1% para Portugal, de 1,8% para a Zona Euro e 1,9% para a UE a 28.

No mercado de dívida, a Alemanha regista uma descida dos juros a 10 anos, de 0,2 pontos base para 0,084%. Mas Portugal tem uma descida ainda mais acentuada, com os juros em queda de 2,2 pontos base para 1,130%. Espanha tem as yields nos 1,189% e os juros caem 0,2 pontos base e Itália com os juros a caír 0,50% para 2,496%.

O euro cai 0,13% para 1,1319 dólares.

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