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Galp valorizou 2,7 mil milhões de euros com nova descoberta na Namíbia

Bolsa de Lisboa registou a maior valorização diária desde novembro de 2020, enquanto que a Galp registou o maior ganho diário desde 2007.
23 Abril 2024, 07h30

A capitalização bolsista da Galp valorizou 2,7 mil milhões de euros com a nova descoberta na Namíbia para quase 15 mil milhões de euros. A petrolífera vai investir 150 milhões de euros na Namíbia este ano para pesquisar por petróleo.

A posição da Amorim Energia (55% família e 45% Sonangol) valia 4,4 mil milhões de euros e passou a valer 5,3 mil milhões de euros. Só a posição da família Amorim subiu de 2,4 mil milhões de euros para 2,94 mil milhões, enquanto a posição da Sonangol valorizou de 1,98 mil milhões para 2,4 mil milhões. Já a participação da Parpública (o Estado português) subiu de 994 milhões para 1.200 milhões de euros.

O disparo nas ações verificou-se na primeira sessão após a empresa ter anunciado no domingo que tinha descoberto reservas equivalentes a 10 mil milhões de barris de petróleo, ou mais elevado, na área de Mopane na Namíbia.

“Os fluxos atingidos durante os testes ao poço atingiram o limite máximo de 14 mil barris diários, potencialmente posicionando Mopane como uma importante descoberta comercial. No complexo de Mopane, e antes de realizar exploração adicional e poços de avaliação (…) a estimativa é de 10 mil milhões de barris de petróleo ou equivalente, ou mais elevado”, segundo a empresa.

Já os analistas do Millennium Investment Banking destacaram o PSI “registou a maior valorização diária desde novembro de 2020, impulsionado pelo disparo superior a 20% da Galp, o maior ganho diário desde 2007 para a petrolífera portuguesa, perante o sucesso da sua recente exploração na Namíbia e vários upgrades de casas de investimento”, segundo Ramiro Loureiro.

A companhia disse que vai continuar a analisar os dados nas próximas semanas para avaliação o potencial comercial das descobertas.

Os analistas da Redburn disseram que a descoberta da Galp implica que a área tem um recurso três vezes superior ao estimado anteriormente.

A Galp é a operadora desta área (80%) em parceria com dois parceiros locais: a petrolífera estatal NAMCOR e a Custos, detida pelos canadianos da Sintana, (cada com 10%).

“O culminar da campanha com sucesso em Mopane (…) demonstra o potencial da PEL 83 com a Mopane a deter um potencial de 10 mil milhões de barris tornando-a numa das maiores descobertas globais”, segundo a CEO da Custos, Knowledge Katti, citada pela “Offshore Energy”.

Já o CEO da Sintana, Robert Bose, considera que a bacia de Orange é a “próxima grande província mundial de hidrocarbonetos”.

Na segunda-feira, a “Reuters” revelou que a Galp tinha lançado uma operação de venda de metade do seu bloco de exploração de Mopane na Namíbia.

A agência destacou que a descoberta parece ser uma das maiores na bacia de Orange o que pode ajudar o país do sul de África a catapultar a sua indústria petrolífera.

A operação está a ser liderada pelo Bank of America. A venda poderá angariar vários “mil milhões de dólares para a Galp”, segundo a “Reuters”.

A agência adianta que a Galp poderá ceder o controlo da área ao comprador, que deverá ser uma grande petrolífera internacional, com um “forte percurso na gestão de projetos”.

Vários gigantes petrolíferos estão a apostar na Namíbia, como os franceses da TotalEnergies, os holandeses da Shell, a norte-americana Chevron, os australianos da Woodside Energy e a Qatar Energy.

A companhia portuguesa conta com uma área de quase 10 mil km2 na Petroleum Exploration Licence 83 (PEL 83) na bacia de Orange.

Contactada pelo JE, a Galp não fez comentários.

A 12 de fevereiro, o CEO da Galp adiantava a possibilidade de furar mais poços na Namíbia. “No final de março, saberemos o potencial comercial. Teremos uma boa visão dos volumes dos reservatórios. É altamente possível que venhamos a furar mais poços”, disse Filipe Silva na ocasião numa call com analistas. Então, a empresa irá ter uma “boa visão dos reservatórios”. Questionado sobre mais novidades na operação no país da África austral, o gestor garantiu que o objetivo é acelerar: “Na Namíbia, queremos produção o mais depressa possível”, admitindo que a petrolífera vai continuar a abrir mais “poços de exploração e de avaliação”.

Depois da saída de Angola do cartel OPEP, estes produtores estão a estudar a possibilidade de convidar a Namíbia, pois o país poderá tornar-se no quarto maior produtor africano no espaço de uma década, segundo uma fonte do sector petrolífero africano, citada pela “Reuters”.

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