A sociedade de advogados Garrigues anunciou esta quinta-feira que adquiriu uma participação de 51% na empresa espanhola European Agency of Digital Trust (EAD Trust), que está registada como prestadora qualificada de serviços eletrónicos de confiança para o Governo de Espanha. A entrada do escritório de advocacia no capital da EAD Trust deve-se ao facto de esta se encontrar no mercado da confiança digital.
Fundada há quase 15 anos, a EAD tem sede em Madrid e é uma emissora de certificados qualificados de pessoas singulares e coletivas, selos temporários qualificados e certificados qualificados de websites e prestadora de apoio a selos e assinaturas eletrónicas qualificadas na nuvem (cloud), bem como serviços de contratação online e de interposição de comunicações.
“O trabalho dos prestadores de serviços de confiança, como a EAD Trust, tornar-se-á mais importante com a próxima entrada em vigor do novo regulamento europeu, prevista para este ano, que irá redefinir o mercado [eIDAS2 – electronic IDentification, Authentication and trust Services 2]. De facto, esta alteração regulamentar será um desenvolvimento fundamental da identidade digital IDUE (EUID Wallet), na qual a EAD Trust está a trabalhar ativamente”, argumenta a sociedade ibérica para contextualizar o negócio.
No âmbito desta operação, cujo valor envolvido não foi revelado, preveem-se lançamentos de produtos e serviços, ao longo dos próximos meses, quer em Espanha quer nas outras geografias onde a firma está presente, nomeadamente Portugal.
“A economia digital está a registar um crescimento sem precedentes, o que implica a necessidade de garantir a segurança jurídica em cada transação digital. Este investimento na EAD Trust é um passo muito importante na estratégia da firma para desenvolver e viabilizar infraestruturas jurídicas digitais nos próximos anos”, afirma o presidente executivo da Garrigues, Fernando Vives, em comunicado divulgado aos meios de comunicação social.
“A nossa missão é promover a sociedade do futuro com ideias, produtos e serviços capazes de reduzir as transações que mantêm o uso do papel, no caso de o seu valor probatório ser necessário, uma vez que já é possível gerar, salvaguardar e apresentar provas digitais de qualquer atividade ou relação, com as quais se pode dar uma resposta técnica a todas as necessidades legais”, começa por explicar a presidente da EAD Trust.
“Estamos num mundo que necessita de passar de um paradigma físico para um paradigma digital, sendo necessário garantir a aplicabilidade das ferramentas de segurança jurídica em ambos. Com o apoio da Garrigues, estamos prontos para passar para o nível seguinte”, assegura Julián Inza.
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