O processo de longevidade em Portugal está por um lado a possibilitar que os mais jovens passem mais tempo com os seus pais e avós, mas esse facto está a provocar um custo a essa geração. A mensagem foi transmitida por Maria d’Oliveira Martins, professora associada na Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa no painel intitulado ‘Demografia, negócios familiares e conspiração grisalha’, inserido na conferência “Zona de Impacto”, organizada pelo Jornal Económico, em parceria com o Novobanco.
“A longevidade é boa porque nos permite ter os nossos pais e avós até mais tarde, mas por outro lado tem um sobrecusto enorme para a geração ativa, que é chamada a subsidiar a educação dos seus filhos, mas também a ajudar os seus pais na velhice”, afirmou, sublinhando que é essa “geração ativa não pode ser sobrecarregada sem receber nada de em troca”.
A docente aponta que a velhice ativa não é generalizada e que esta só faz sentido quando as profissões são gratificantes, como é o caso dos professores por lidarem com os mais jovens diariamente.
Contudo, Maria d’Oliveira Martins, alerta que a longevidade tem consequências e que este é um processo que está em contraciclo numa sociedade que “já não valoriza os mais velhos”.
“Há uma sobrecarga desta geração ativa que é chamada a pagar cada vez mais pensões. É preciso reponderar o equilíbrio entre gerações, dos 18 aos 25 anos, a geração ativa e a geração adulta. É necessário que as três gerações estejam equilibradas”, sublinhou.
A docente destacou ainda que a longevidade impede os mais novos de receberem a herança da família na idade em que “essa herança era recebida no século XX, altura em que os pais morriam”.
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