“Estamos a trabalhar num percurso para concretizarmos a visão para Santo Antão, uma ilha que queremos ser de referência no ecoturismo e no turismo rural, com mais turistas e mais ofertas, dotada do seu aeroporto internacional e porto adaptado para receber cruzeiros e com um bom posicionamento nas energias renováveis”, apontou Ulisses Correia e Silva, na abertura de uma conferência sobre a ilha, realizada na cidade do Porto Novo.
A conferência sobre o desenvolvimento de Santo Antão visa, entre outros, fazer um balanço dos grandes projetos e medidas políticas concretizadas na ilha, perspetivar os projetos futuros e identificar possíveis áreas de intervenção.
O chefe do Governo pretende que a ilha mais a norte do país tenha ainda uma agricultura mais moderna e produtiva, dotada de um centro logístico de apoio ao escoamento dos produtos e com o seu Instituto de Ciências e Técnicas Agrárias a dar um contributo importante.
“Uma ilha mais desencravada e com melhores acessibilidades. Muito investimento já foi feito, mais investimentos vão ser realizados”, prometeu Correia e Silva, que iniciou hoje, juntamente com outros membros do Governo, uma visita de quatro dias à ilha de Santo Antão, para, entre outros pontos, apresentar projetos e realizar inaugurações.
Infraestruturas rodoviárias, requalificação urbana e ambiental, requalificação e restauro de património, água, saneamento e energia, agricultura, pecuária e pescas, transportes, turismo e indústria, emprego, diáspora, educação e saúde e coesão territorial foram alguns dos temas tratados na conferência, onde cada ministro apresentou os dados sobre as áreas.
Para o primeiro-ministro, a ideia do evento é ter uma visão e uma abordagem integradas das políticas e dos investimentos, considerando que só assim se pode ter um “caminho seguro” do desenvolvimento da ilha.
Ulisses Correia e Silva disse ainda que outro objetivo é inverter a tendência da ilha relativamente à perda de população que se tem verificado nos últimos anos.
“Para passar a ser uma ilha atrativa e competitiva para investir e viver. Isto faz-se com estratégias claras, com políticas claras, com objetivo claros e com tempo e consistência nas políticas”, indicou, pretendendo também aumentar a contribuição económica da ilha no setor das pescas.
“Com mais investimentos e infraestruturas, incluindo a expansão do porto marítimo do Porto Novo”, prosseguiu o chefe do Governo, que quer também que Santo Antão tenha atividade industrial, anunciando para breve a retoma da indústria da pozolana em Porto Novo.
Também promete mais investimentos para aproveitar o potencial agroindustrial, em destaque para a indústria do grogue (aguardente de cana-de-açúcar), e com maior capacidade de exportação, e ter uma ilha mais atrativa, com mais emprego e menos pobreza.
Além da conferência, a agenda do primeiro-ministro contempla ainda a realização de um Conselho de Ministros descentralizado na quinta-feira e um conjunto de visitas e inaugurações de projetos e obras do Governo nos três concelhos: Porto Novo, Ribeira Grande e Paul.
Também vai tomar parte na assinatura formal da criação da Empresa Intermunicipal de Águas de Santo Antão, que se inscreve numa lógica de criar sinergias entre os três municípios da ilha, para lidar com os problemas de faturação e cobrança dos serviços municipalizados, perdas elevadas de água na rede e com a incapacidade de efetuar investimentos em infraestruturas.
Com esta empresa, pretende-se a melhoria da qualidade do serviço prestado (qualidade da água, continuidade, redução de perdas, tratamento de esgotos) privilegiando as populações economicamente mais vulneráveis.
Santo Antão, uma das nove ilhas habitadas de Cabo Verde, é a segunda maior em superfície, com uma área de 779 quilómetros quadrados e cerca de 47 mil habitantes, sendo a terceira em número de população.
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