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Governo espanhol decide em junho futuro da OPA do BBVA sobre Sabadell

O ministro da Economia insistiu que existem razões de interesse público para levar a OPA ao Conselho de Ministros, um pedido que foi feito por cinco ministérios (Trabalho, Segurança Social, Transição Ecológica, Indústria e Turismo e Direitos Sociais).
29 Maio 2025, 00h03

O ministro da Economia de Espanha, Carlos Cuerpo, disse esta quarta-feira que o Governo decidirá no prazo de um mês se impõe condições adicionais à Oferta Pública de Aquisição (OPA) do BBVA sobre o Banco Sabadell.

Em declarações à imprensa, Carlos Cuerpo afirmou que o prazo para decidir é “muito limitado” mas que é positivo que assim seja para dar segurança ao processo. Pouco antes, o presidente da associação patronal Confederación Española de Organizaciones Empresariales, Antonio Garamendi, tinha pedido uma decisão rápida pois a operação já dura há mais de um ano.

O ministro da Economia insistiu que existem razões de interesse público para levar a OPA ao Conselho de Ministros, um pedido que foi feito por cinco ministérios (Trabalho, Segurança Social, Transição Ecológica, Indústria e Turismo e Direitos Sociais).

O governante disse que o objetivo do seu ministério é poder analisar mais a fundo o potencial impacto da transação em elementos “tão importantes e vitais” como a proteção do emprego, a inclusão financeira e a coesão territorial.

De Bruxelas, segundo fontes comunitárias citadas esta semana na imprensa espanhola, a Comissão Europeia não vê motivos para o Governo espanhol bloquear ou rejeitar a OPA do BBVA sobre o Sabadell.

Em resposta, Cuerpo afirmou hoje que não prevê qualquer conflito com Bruxelas e que o Conselho de Ministros será o único a tomar “a decisão que considerar adequada, sempre em conformidade com as normas nacionais”, uma vez que as coisas estão a ser feitas “com todo o rigor” e como é exigido numa operação que exige “especial cautela”.

Do lado dos sindicatos, o secretário-geral da UGT, Pepe Álvarez, pediu hoje ao Governo que tenha em conta as preocupações com os empregos e que “não permita a fusão” entre os dois bancos.

A fusão entre os bancos BBVA e Sabadell daria origem a um gigante que seria o segundo maior banco de Espanha em ativos.

Se a OPA tiver sucesso, a fusão dos dois bancos criaria uma entidade com perto de um bilião de euros em ativos, 135.462 trabalhadores em todo o mundo (dos quais 19.213 do Sabadell) e uma rede de mais de 7.000 agências. Seria dos principais bancos europeus e ultrapassaria o CaixaBank (dono do português BPI) em ativos, posicionando-se como o segundo maior banco de Espanha em ativos.

A eventual absorção do Sabadell pelo BBVA diluiria ainda mais o peso bancário da Catalunha. Na região da Catalunha, a fusão destes bancos deixaria 85% das agências nas mãos de três grandes bancos (Caixabank, BBVA/Sabadell e Santander).

Esta operação tem acendido o debate económico e político em Espanha.

O Grupo BBVA lucrou mais de 10 mil milhões de euros em 2024, mais 25,4% do que no ano anterior. O banco tem forte presença na América Latina.

Já o Grupo Banco Sabadell teve um lucro recorde de 1.827 milhões de euros em 2024, um aumento de 37,1% face a 2023.

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